Carlos Carvalhas lança repto ao Primeiro-Ministro

«Defenda os centros de decisão nacionais»

O Secretário-Geral do PCP, Carlos Carvalhas, desafiou o Primeiro-Ministro a assumir como suas as preocupações do Presidente do República quanto à questão dos centros de decisão económica.

O líder comunista, que falava no debate mensal do chefe do Governo com a Assembleia da República, foi particularmente critico em relação às posições de indiferença perante a transferência para mãos estrangeiras de centros vitais da economia nacional.

«Num encontro entre o Primeiro-Ministro e vários empresários sobre as relações económicas com a Espanha, Durão Barroso terá dito – até agora não desmentido – que não está nada preocupado com a compra de empresas e bancos nacionais por parte de investidores espanhóis», lembrou Carvalhas, para quem esta atitude é reveladora de que para o responsável máximo do Executivo «tem pouca importância» que empresas básicas e estratégicas possam ir parar às mãos de espanhóis.

Este foi um debate onde, por opção de Durão Barroso – não obstante a insistência dos partidos da oposição para que incidisse em temas económicas e sociais – , esteve sobretudo em foco a área da Justiça.

O que não impediu que algumas questões de natureza económica e social viessem à baila, mesmo contra a vontade de Durão Barroso, sobre quem recaíra antes do debate a acusação de tentar fugir às questões que mais afligem os portugueses, como o desemprego e a quebra do crescimento económico do país.

Sobre elas falou o dirigente comunista trazendo à colação os dados mais recentes do INE, do Banco de Portugal e da Eurostat, os quais não deixam dúvidas quanto a um novo recuo no investimento e a uma quebra da produção, que faz com que nos afastemos da média europeia e tenhamos sido ultrapassados pela Grécia.

«A obsessão do défice, a política de concentração de riqueza, a política neoliberal e monetária do Governo é a principal responsável, com trágicas consequências no futuro», advertiu o Secretário-Geral do PCP, que concluiu, recordando a Durão Barroso que «não há justiça sem paz, nem paz sem justiça, nem justiça nos tribunais sem justiça nas fábricas, nos escitórios e nos campos; nem justiça com guerras preventivas como a que Bush quer com o bombardeamento do já flagelado povo iraquiano, como mais sofrimentos do povo palestiniano e com a acentuação da crise económica internacional».



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