- Nº 1558 (2003/10/9)
Lisboa discute acção nas empresas

Estimular a luta de classes

PCP
Criar e reforçar células e estruturas unitárias é uma das prioridades dos comunistas de Lisboa, expressa nas conclusões do encontro distrital do passado dia 4.

Mais de 180 quadros do Partido da região de Lisboa com tarefas de acompanhamento e coordenação de empresas e sectores estiveram reunidos no encontro distrital, realizado no passado sábado, em Alcântara. Ao longo do debate travado durante todo o dia, ficou expressa a violência do ataque do Governo aos direitos dos trabalhadores, de que o pacote laboral é o principal instrumento.
Os comunistas deixaram expressa a convicção de que apenas com a intensificação e alargamento da luta será possível deter a «violenta e reaccionária ofensiva» do Governo do PSD/PP. Para tal, o reforço do trabalho do Partido nas empresas surge como condição essencial, concluíram.
Mais concretamente, o encontro considera essencial o reforço das actuais estruturas orgânicas e de direcção da Organização Regional de Lisboa para o trabalho nas empresas, quer ao nível dos sectores profissionais quer dos sectores concelhios de empresas. Os comunistas de Lisboa entendem ainda como fundamental a concentração das forças e meios disponíveis nas empresas que constituem a prioridade de trabalho de cada sector do Partido.
Expressa na resolução do encontro ficou também a necessidade de «batalhar pela reactivação e criação de novas células, pelo reforço do funcionamento colectivo da organização nas empresas e por um maior envolvimento de toda a organização regional, designadamente das organizações concelhias, na organização e acção do Partido nas empresas e junto dos trabalhadores». Os comunistas de Lisboa devem dar ainda especial atenção ao recrutamento, elaborando cada organização listas de trabalhadores a recrutar, nomeadamente os que se tenham destacado nas lutas e nos movimentos unitários.
A divulgação da imprensa do Partido junto dos trabalhadores ocupa também um lugar destacado nas preocupações dos comunistas de Lisboa. O encontro considera fundamental consolidar os passos dados na divulgação do Avante! no interior e à porta das empresas, destacando a importância da distribuição orgânica da imprensa pelas células partidárias. Foi ainda decidido intensificar a edição de boletins e comunicados de células acerca da realidade social.

Organizar para agir

Coube a Rosa Rabiais, membro da Comissão Política, encerrar o encontro. Na sua intervenção, a dirigente comunista lembrou que o PCP tem alternativas à política de direita. Mas, recorda, para que possam chegar aos trabalhadores, «é absolutamente indispensável que todos consideremos o reforço da organização nas empresas e locais de trabalho como uma tarefa permanente e um instrumento fundamental de ligação do Partido aos trabalhadores». Sem isto, «dificilmente alargaremos a nossa influência social, política e eleitoral», destaca.
«Não organizamos por organizar», afirmou Rosa Rabiais. A organização serve, sim, para «elevar a consciência de classe e política, para aumentar a compreensão das causas e dos responsáveis pelo momento tão perigoso e difícil que os trabalhadores estão a viver, para dinamizar a sua luta e para os ganhar para uma maior participação nas batalhas políticas». Em seguida, a dirigente comunista assegurou que o PCP não ficará à espera de 2006 para derrotar esta política. «O nosso Partido empenhar-se-á para a derrotar o mais cedo possível», afirma. «É esta a diferença entre um partido revolucionário e um partido acomodado à situação e que reduz a participação democrática do povo ao mero acto de votar».