A Sociedade de Porcelana de Coimbra fechou anteontem para surpresa dos trabalhadores que não tinham recebido qualquer aviso prévio. A União dos Sindicatos do distrito alertou imediatamente a Inspecção Geral do Trabalho para o que considera ser uma violação do direito ao trabalho. No mesmo dia, os trabalhadores deslocaram-se em protesto ao Governo Civil. Na semana anterior, tinham impedido que saísse da empresa um carregamento de louça inacabada. De um total de setenta trabalhadores, trinta aceitaram a «rescisão», segundo informação da União de Sindicatos, «sob pressão psicológica». Há mais de um mês que 36 trabalhadores estavam suspensos com processos disciplinares por terem recusado a transferência para outra unidade no concelho da Batalha, a cem quilómetros de Coimbra. A Câmara tinha pressionado a empresa a manter os trabalhadores, como condição para que não fosse suspenso o protocolo celebrado entre as duas partes há um ano, onde o empresário assumia a construção de uma nova unidade em troca de um projecto imobiliário nos terrenos actuais da fábrica.