O primeiro-ministro polaco, Leszek Miller, declarou seu regresso da Cimeira de Bruxelas que abandonará o governo do País no próximo dia 2 de Maio, após o acto oficial da adesão da Polónia à União Europeia. Este anúncio antecipado, explicou, visa «facilitar a formação de um novo governo», para o que já se iniciaram as consultas políticas.
Na origem da decisão está, como causa mais próxima, a cisão do seu partido, Aliança Social-Democrata (SLD), consumada na sexta-feira, 26. Após meses de crise latente, cerca de trinta deputados deste grupo na Dieta (parlamento) anunciaram a criação do novo partido social democrata polaco, abrindo novas possibilidades para a criação de um novo governo antes das eleições europeias.
Nos últimos meses, a popularidade de Leszek Miller baixou para níveis inferiores a dez por cento e, segundo uma sondagem realizada de 21 a 23 de Março, a aliança governativa dos sociais democratas (SLD) com a União do Trabalho (UP) não conseguiria eleger um único deputado no caso de se realizarem eleições.
O principal partido de oposição, a Plataforma Cívica (PO), liberal, que no inquérito publicado pelo diário Zycie lidera as intenções de voto, com 22,2 por cento, manifestou-se disposto a pedir a dissolução do Parlamento e antecipar as legislativas para 13 de Junho, em simultâneo com as europeias.