Desemprego agrava-se no distrito do Porto

O desemprego e a consequente fragilidade das condições económicas das famílias são uma das razões que levam os jovens a procurar trabalho e, conseguindo, a abandonar a escola.
No distrito do Porto, o desemprego tem crescido e afasta-se da média nacional. As taxas mais elevadas registam-se nos concelhos onde estão sediados os subsectores designados como tradicionais.
A União dos Sindicatos do Porto conclui que o emprego de base industrial «não tem tido capacidade de resistir à concorrência externa e à globalização mesmo dentro do actual espaço comunitário». «A dinâmica industrial surge só quase à custa de subsídios, em capital fixo. A reorganização, o controlo da produtividade e da qualidade fazem-se de forma lenta e defeituosa. Toda esta situação é agravada com a deslocação das multinacionais para outros países onde a mão-de-obra e os benefícios são mais vantajosos» para os empresários, refere.
Os números mostram que o desemprego atingiu principalmente os trabalhadores com mais de 35 anos e que subiu o tempo de duração do desemprego. Os desempregados de longa duração aumentaram e, como sublinha a USP, «não há perspectiva económica para atenuar esta tendência».

Números preocupantes

O número total de desempregados do distrito atingiu em Fevereiro deste ano um total superior a 108 mil pessoas, um aumento de 21 por cento no período de um ano. Este crescimento foi muito superior à média do continente.
Em alguns concelhos do interior com actividade centrada quase exclusivamente em sectores tradicionais verificou-se um crescimento mais acelerado do desemprego: Paços de Ferreira (48 por cento), Paredes (46 por cento), Lousada (43 por cento), Trofa (30 por cento) e Felgueiras (26 por cento).
O maior crescimento do desemprego verifica-se nos desempregados inscritos há mais de um ano (35 por cento), embora as taxas tenham igualmente crescido nos trabalhadores com menos de um ano de inscrição, alguns jovens à procura do primeiro emprego. Os desempregados de longa duração representavam em Fevereiro de 2004 47 por cento do total.


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