- Nº 1665 (2005/10/27)

CGTP-IN critica Orçamento

Trabalhadores

Apesar «das dificuldades com que o País se depara e do contexto em que o Governo elabora este Orçamento do Estado», a CGTP-IN entende que este «não é o Orçamento de mudança de que Portugal precisa», porque «não busca alternativas ao desastre das políticas seguidas nos últimos anos, antes se submete, deixando a perspectiva de que o País está condenado a um perfil de desenvolvimento suportado em baixas qualificações, elevada taxa de desemprego e emprego com pouca qualidade, baixos salários e muitas precariedades».
Na detalhada apreciação, feita pela Comissão Executiva da central (pode ser consultada na íntegra na Internet, em www.cgtp.pt), afirma-se que o OE para 2006 «perspectiva a continuidade da estagnação económica, aprofunda a divergência com a UE (a 15), consolida dificuldades competitivas, fragiliza a coesão social e contribuirá para o agravamento do custo de vida, o aumento das desigualdades e da pobreza».
Além disso, o Orçamento do Estado «consolida a “instituição crise”, para que muitos dos portugueses que duvidam da necessidade e justeza destas políticas considerem que não há alternativas e se submetam».
Assim se explica o motivo por que «os grandes interesses económicos e financeiros e a direita aplaudem de forma clara» um OE que «suscita e suporta o coro mais afinado e em uníssono do grande patronato e da essência dos políticos do chamado “arco do poder” e seus porta-vozes, a que o País assistiu, em torno da definição e aplicação das políticas a seguir».
O OE que o Governo levou à AR, acusa a CGTP-IN, «não corresponde às promessas e propostas feitas pelo PS em campanha eleitoral» e «é apoiado, não pela esmagadora maioria dos que deram a maioria absoluta ao PS, para que se formasse este Governo, nem por aqueles que exigiram efectivas alternativas às políticas que vinham sendo seguidas, mas sim pela direita e pelos grandes interesses económicos e financeiros».
Depois de reafirmar que «o problema do País não é a política orçamental, mas antes a incapacidade do Governo para definir, influenciar e agir na concretização de uma estratégia de desenvolvimento», a central lembra que «tem desde há muito apresentado propostas concretas para uma política de desenvolvimento».