Dezenas de dirigentes e técnicos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) manifestaram-se, terça-feira da semana passada, em frente à Assembleia da República. À noite realizaram uma vigília junto à residência oficial do primeiro-ministro.
No dia anterior, em conferência de imprensa, Armando Carvalho, dirigente da CNA, explicou que o objectivo deste protesto foi reivindicar ao Governo medidas de apoio à agricultura familiar cuja a situação se «degrada ano após ano, dia após dia».
«Não é possível calar por mais tempo a nossa revolta nem deixar de manifestar ao Governo a verdadeira e grave crise que todos enfrentamos, solicitando que sejam tomadas medidas correctas», afirmou Armando Carvalho, sublinhando que a origem dos problemas da agricultura está nas restrições orçamentais do Governo, as opções governamentais em termos de aplicação da reforma da Política Agrícola Comum (PAC), a suspensão de medidas ao abrigo dos programas Agro e Agris e até os «aumentos brutais» da Segurança Social.
Denunciou ainda que existe um atraso, de quase um ano, no pagamento das medidas agro-ambientais e indemnizações compensatórias, uma questão que está a prejudicar muitos pequenos e médios agricultores.