Conspiração em marcha
Uma nova e talvez decisiva tentativa está hoje em marcha
Este artigo é datado. Manhã de segunda-feira dia 26 de Junho. Quando, na sequência de um estranhíssimo discurso/ultimato do chefe de Estado timorense, o Comité Central da Fretilin acaba de confirmar a sua confiança no Primeiro Ministro que, surpreendentemente, se declararia pouco tempo depois pronto a resignar para facilitar a solução da crise.
Os riscos de escrever sobre Timor-Leste em tão volátil situação são muito grandes. A situação está recheada de surpresas e reviravoltas e marcada por um vendaval de boatos, intrigas, pressões e práticas golpistas que obscurecem a compreensão do essencial. É porém claro como a água o que está no centro da profunda crise política e institucional timorense. O imperialismo e a reacção internacional não podem admitir que haja países que não se submetam à globalização imperialista, que decidam trilhar o seu próprio caminho de soberania e progresso social, que recusem render-se perante multinacionais e potências regionais que cobiçam as suas riquezas. E é isto que está em causa em Timor-Leste, país que ainda por cima dispõe de grandes reservas de gás e petróleo e tem uma posição geo-estratégica muito apetecível. Foi isto que, com o beneplácito dos EUA, levou a Indonésia a invadir e a praticar em Timor-Leste os crimes mais monstruosos. É isto que leva hoje a Austrália a ingerir-se com arrogância na situação interna deste país soberano e a comportar-se como autêntica força de ocupação. É isto que leva Kofi Annan e outros guardiões da «nova ordem» imperialista, a defender o envio para Timor-Leste de uma força de segurança «robusta» e a alimentar a teoria do «Estado falhado» com o fito de transformar este país soberano num submisso protectorado.
A crise política e institucional timorense é no fundamental expressão desta realidade e não tem nada de surpreendente que, reflectindo aliás a agudização da luta de classes, existam forças e personalidades políticas timorenses que participam activamente na conspiração imperialista contra os interesses e a soberania do seu próprio povo. Desde a primeira hora da libertação, ainda não tinha sido formalmente proclamada a independência nem nascido o novo Estado independente, e já uma chusma de “conselheiros” internacionais procuravam impor ao povo timorense a língua oficial que deveria usar ou o tipo de Constituição que deveria adoptar, exigiam a dissolução das heróicas Falintil, procuravam que o Governo incluísse colaboracionistas das forças de ocupação. A tudo isto o povo timorense respondeu com uma dignidade exemplar. E a Fretilin juntou à sua incontestável legitimidade revolucionária a legitimidade democrática que eleições livres lhe conferiram, tornando-se maioria parlamentar e Governo com grande base popular. Repetidas e sofisticadas tentativas para a subverter, dividir e afastar do poder têm fracassado. Uma nova e talvez decisiva tentativa está hoje em marcha com uma descarada e a muitos títulos inédita interferência nos seus assuntos internos em que, significativamente, é visível o anti-comunismo.
É do interesse do povo timorense e de todos os povos do mundo impedir a vitória da conspiração. Para tanto é necessário desenvolver a solidariedade para com o povo timorense, exigir o respeito pela sua Constituição e pela sua soberania, desmascarar a descarada ingerência nos seus assuntos internos e alertar para projectos de tutela colonialista, com ou sem o aval da ONU, em que Portugal não pode deixar envolver-se.
Por conhecidas vicissitudes da História, Portugal e os portugueses têm uma importante palavra a dizer em relação a Timor-Leste.. É boa ocasião para ver quem é quem numa questão que no passado suscitou grande comoção nacional e aparente consenso. Pelo seu lado o PCP está onde sempre esteve: com o povo timorense e a Fretilin na sua luta pela soberania e o progresso social.
Os riscos de escrever sobre Timor-Leste em tão volátil situação são muito grandes. A situação está recheada de surpresas e reviravoltas e marcada por um vendaval de boatos, intrigas, pressões e práticas golpistas que obscurecem a compreensão do essencial. É porém claro como a água o que está no centro da profunda crise política e institucional timorense. O imperialismo e a reacção internacional não podem admitir que haja países que não se submetam à globalização imperialista, que decidam trilhar o seu próprio caminho de soberania e progresso social, que recusem render-se perante multinacionais e potências regionais que cobiçam as suas riquezas. E é isto que está em causa em Timor-Leste, país que ainda por cima dispõe de grandes reservas de gás e petróleo e tem uma posição geo-estratégica muito apetecível. Foi isto que, com o beneplácito dos EUA, levou a Indonésia a invadir e a praticar em Timor-Leste os crimes mais monstruosos. É isto que leva hoje a Austrália a ingerir-se com arrogância na situação interna deste país soberano e a comportar-se como autêntica força de ocupação. É isto que leva Kofi Annan e outros guardiões da «nova ordem» imperialista, a defender o envio para Timor-Leste de uma força de segurança «robusta» e a alimentar a teoria do «Estado falhado» com o fito de transformar este país soberano num submisso protectorado.
A crise política e institucional timorense é no fundamental expressão desta realidade e não tem nada de surpreendente que, reflectindo aliás a agudização da luta de classes, existam forças e personalidades políticas timorenses que participam activamente na conspiração imperialista contra os interesses e a soberania do seu próprio povo. Desde a primeira hora da libertação, ainda não tinha sido formalmente proclamada a independência nem nascido o novo Estado independente, e já uma chusma de “conselheiros” internacionais procuravam impor ao povo timorense a língua oficial que deveria usar ou o tipo de Constituição que deveria adoptar, exigiam a dissolução das heróicas Falintil, procuravam que o Governo incluísse colaboracionistas das forças de ocupação. A tudo isto o povo timorense respondeu com uma dignidade exemplar. E a Fretilin juntou à sua incontestável legitimidade revolucionária a legitimidade democrática que eleições livres lhe conferiram, tornando-se maioria parlamentar e Governo com grande base popular. Repetidas e sofisticadas tentativas para a subverter, dividir e afastar do poder têm fracassado. Uma nova e talvez decisiva tentativa está hoje em marcha com uma descarada e a muitos títulos inédita interferência nos seus assuntos internos em que, significativamente, é visível o anti-comunismo.
É do interesse do povo timorense e de todos os povos do mundo impedir a vitória da conspiração. Para tanto é necessário desenvolver a solidariedade para com o povo timorense, exigir o respeito pela sua Constituição e pela sua soberania, desmascarar a descarada ingerência nos seus assuntos internos e alertar para projectos de tutela colonialista, com ou sem o aval da ONU, em que Portugal não pode deixar envolver-se.
Por conhecidas vicissitudes da História, Portugal e os portugueses têm uma importante palavra a dizer em relação a Timor-Leste.. É boa ocasião para ver quem é quem numa questão que no passado suscitou grande comoção nacional e aparente consenso. Pelo seu lado o PCP está onde sempre esteve: com o povo timorense e a Fretilin na sua luta pela soberania e o progresso social.