
- Nº 1706 (2006/08/10)
Concelhos Oeste de Lisboa
Travar o desemprego
PCP
No âmbito da campanha nacional «Portugal Precisa, o PCP Propõe», o Organismo de Direcção dos Concelhos do Oeste do PCP reuniu, a seu pedido, com a União Sindical de Torres Vedras, para discutir os problemas do mundo do trabalho na região
Na conferência de imprensa, realizada em Torres Vedras, para divulgação das conclusões, participou uma delegação da União Sindical de Torres Vedras, presidida por Fernando Feliz, e ainda os dirigentes do PCP Álvaro Carvalheira, Bento Luís e Ricardo Miguel.
É convicção dos participantes que o avolumar das preocupações dos trabalhadores face ao futuro radicam nas políticas de direita, «promotoras de desigualdades sociais e destruição do aparelho produtivo nacional», realizadas por sucessivos governos. Nomeadamente pelo actual Governo PS, que continua a «promover o desemprego, destruir as funções Sociais do Estado, agredir cada vez com mais violência os direitos e interesses dos trabalhadores e do povo em geral».
Assim, na região – concelhos de Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, Mafra e Sobral de Monte Agraço –, o número de desempregados, certamente aquém da realidade, contabilizava já 6.171, em Abril passado, ou seja, 7,1% dos 87.093 registados à data em todo o distrito de Lisboa.
Há outra política
De facto, a situação social destes concelhos não é nada boa: no sector cerâmico, com tabelas salariais das mais baixas da região, as empresas ou não procedem a aumentos salariais – a Torriense desde 2003 e a Lusoceram desde 2004 – ou fazem «pequenos aumentos e discriminatórios»; não há formação profissional nem promoções para os trabalhadores auxiliares; o diálogo entre representantes dos trabalhadores e do patronato é inexistente, existindo, sim, tentativas de inviabilização de plenários sindicais. Também, na indústria alimentar há repressão sindical, nomeadamente na Sicasal, enquanto na Função Pública se mantêm os processos de encerramento do Instituto da Vinha e do Vinho.
De valorizar é, porém, no sector da metalurgia, a readmissão de um trabalhador despedido arbitrariamente da Fundição Dois Portos e, na Frismague, a reposição pelos trabalhadores da «verdade» na sua qualificação profissional, com reflexos salariais a partir desde mês.
A verdade, é que a propaganda do Governo não resolve os problemas económicos e sociais do País, conclui o PCP, apontando como medida, entre muitas, para ajudar a resolvê-los a cobrança por parte do estado do IRC sobre os lucros dos Bancos, que entre 2004 e 2005 atingiram os 71,5%. Se essa medida tivesse sido tomada, ou seja, se a Banca tivesse pago a taxa de 25% – que qualquer empresa não financeira é obrigada a pagar – o Estado teria arrecadado em 2 anos mais 553,75 milhões de Euros do que recebeu!
Os comunistas aproveitam, pois, para reafirmar o tipo de política que defendem: uma política «baseada no incremento da produção, no emprego e no trabalho com direitos».