
- Nº 1710 (2006/09/7)
À Conversa com...
O que somos e o que queremos
Festa do Avante!
Na sexta-feira à noite, quando António Dias Lourenço começou a falar, as pessoas aproximaram-se imediatamente. «Resistência antifascista e o património de luta do PCP» era o tema do primeiro debate do espaço À conversa com…, em que intervieram também Manuel Pedro e Manuela Bernardino, todos abordando aspectos diferentes da vida e luta do PCP.
Assim, enquanto António Dias Lourenço lembrou o horror do fascismo e a repressão que então se debatia sobre os antifascistas, particularmente sobre os comunistas, muitos deles assassinados, presos, torturados, Manuel Pedro deteve-se sobre a política de unidade que sempre orientou o PCP e Manuela Bernardino sobre o importante papel desempenhado por milhares de democratas no apoio a esta luta. Comum a todos foi a denúncia do branqueamento que hoje se procura fazer do fascismo e o apagamento do papel dos comunistas para o seu derrube.
Para debater «O que somos e o que queremos para Portugal», estiveram, no domingo à noite, Vasco Cardoso, Rita Rato e Armindo Miranda, o primeiro dos quais identificou o PCP: «é um partido diferente, resultado do que foi e intimamente ligado às propostas que apresenta e à luta que trava». Para o Partido, a ligação à juventude é fundamental, afirmou por sua vez Rita Rato, que também enumerou os vários direitos que o PCP e a JCP defendem para os jovens. Uma frase de Armindo Miranda respondeu sucintamente ao «que queremos»: «uma sociedade que substitua esta sociedade cruel e desumana, que é a capitalista».
Coube a Domingos Abrantes, Fernanda Mateus e Odete Santos falar, no domingo à tarde, sobre «O ideal comunista e a luta emancipadora das mulheres». Domingos Abrantes através de uma perspectiva genérica sobre o tema e o papel do PCP nessa luta, Fernanda Mateus lembrando o pensamento de Clara Zetkin sobre a natureza exploradora do capitalismo e a indispensabilidade da organização das mulheres, sendo a ela que se deve a instituição do 8 de Março como Dia Internacional da Mulher. A não despenabilização do aborto foi, por sua vez, invocada põe Odete Santos, para mostrar como ainda hoje existem forças que recusam à mulher a sua autonomia intelectual e o direito à tomada de decisões.