«O 75 anos do Avante!, a imprensa revolucionária ontem e hoje» deu o mote para um vivo debate sobre o papel dos media e a importância da leitura da imprensa do Partido, no espaço À conversa com…, ao início da tarde de sábado. O debate iniciou-se com a intervenção de Carlos Gonçalves, da Comissão Política, que realçou as difíceis condições em que o Avante! nasceu e se desenvolveu ao longo dos anos da ditadura fascista. E não esqueceu de guardar uma palavra para os «heróis do Partido» que dedicaram o melhor das suas vidas – e, alguns mesmo, as próprias vidas – para que a palavra do Partido chegasse aos trabalhadores e ao povo, desta forma rompendo o manto criado pela censura.

Mas hoje, trinta anos depois de conquistada a liberdade, será a leitura do Avante! menos importante? Carlos Gonçalves não concorda. De certa forma, afirmou, é até mais importante. «Antes, sabíamos que havia censura. Hoje as coisas são menos claras», sustentou.
Gustavo Carneiro, da redacção do Avante! e membro do Comité Central, destacou algumas das funções do jornal comunista actualmente. Em sua opinião, o Avante! tem que fornecer «o outro lado» das notícias, recorrendo a outras fontes e a diferentes formas de abordagem. Mas não só. Criar uma agenda própria, realçando aquilo que, para os comunistas e os trabalhadores, é mais importante. O redactor do jornal do PCP destacou ainda a importância da ligação do Avante! à organização e realizações do Partido.
Inês Zuber, também do CC, não esqueceu de referir também o papel fundamental de O Militante na formação política, cultural e ideológica dos militantes do Partido. Respondendo a algumas questões colocadas pelos participantes no debate, Inês Zuber (igualmente membro da redacção de O Militante e dirigente da JCP) alertou para os perigos de se obter informação apenas pelos órgãos de informação burgueses: «No Líbano, há uma resistência popular e vários camaradas do Partido Comunista Libanês foram mortos. Quem sabe disto?», desafiou.