- Nº 1739 (2007/03/29)
Barreiro

Contra a privatização da água

Nacional
A Câmara do Barreiro pretende manter a gestão da água nos «eleitos pelo povo», evitando a privatização de um sector que é visto como um negócio lucrativo.

«A água é património, é pública e deve continuar a ser. Tornou- se um negócio como o petróleo e é isso que queremos combater, pois a água é o petróleo do século XXI, mas não deve dar lucro, mas sim ser suficiente para garantir a recolha, tratamento e distribuição», salientou o presidente Carlos Humberto.
O presidente da autarquia, que garantiu que a água no Barreiro não vai aumentar, explicou que vão ser criados 10 compromissos orientadores da política da água no município para ter uma política integrada e uma educação ambiental à volta do tema.
«Escolhemos a palavra “Única” para a campanha porque a água é insubstituível e singular. Em 2007 o elemento central da feira pedagógica e das festas do Barreiro vai ser a água», anunciou, na passada semana.
A campanha «Única Barreiro - Água Património Mundial», que vai decorrer até 2 de Abril, pretende reforçar a posição de que a água deve continuar a ser um bem gerido pelas autarquias, estando programadas um conjunto de iniciativas sobre a temática.
«Para 2007 temos o maior investimento em águas e saneamento que nos últimos anos. Vamos ter opções participadas, actividades náuticas e de canoagem para crianças, um observatório sobre a água e a apresentação do centro pedagógico da água, que se situar em Coina e é inovador na região e no dia 18 de Abril vai estar integralmente pronto», afirmou a vereadora Sofia Martins.
A vereadora defendeu que as negociações da água em Portugal representam cerca de 500 milhões de euros, o que significa cerca de 2 por cento do Produto Interno Bruto.
«Defendemos a água como um bem público, mas somos pressionados a privatizar os seus direitos e é importante todos assumirmos o compromisso de ver a água com um bem que deve ser gerido pelos eleitos do povo», afirmou.