Renault volta a sair
Os sectores que o grupo Renault Nissan decidiu deslocalizar para França, Roménia e República Checa representam a redução de mais de um terço dos postos de trabalho e geram grande instabilidade.
Os trabalhadores sofrem uma pressão constante, com consequências trágicas
A diminuição de cerca de 85 efectivos, num universo de 270 da área administrativa, será o resultado da série de «rescisões por acordo» que o grupo desencadeou em Portugal, denunciou na semana passada a Comissão de Trabalhadores da Renault, notando que esta redução se segue à deslocalização das unidades industriais, na década de noventa.
A ordem de despedir – que é o que, para a CT, significa colocar os trabalhadores entre a aceitação das rescisões, a troco de um valor equivalente a entre 1,6 e dois salários por ano de serviço, e a ameaça de um despedimento colectivo, com a indemnização mínima legal – veio agora de França, depois de, em Janeiro, a administração da Renault Portugal ter garantido que os postos de trabalho no nosso país não seriam afectados pela reestruturação lançada no grupo.
O chamado Contrat 2009 prevê o despedimento de 450 pessoas nas filiais da Renault fora de França. Em 2006, com a deslocalização das actividades da marca Nissan para Espanha, foram despedidos 55 trabalhadores que, em 2004, tinham sido integrados no grupo, com a absorção do Entreposto Industrial. Na mesma altura, os trabalhadores da marca Renault sofriam «métodos de trabalho nunca vistos», denunciou a CT, referindo-se ao Contrat 2009 e, em geral, às políticas lançadas pelo presidente da multinacional, o brasileiro Carlos Ghosn. «Os trabalhadores foram, estão a ser, martirizados com os “slogans” justificativos do exercício de uma pressão constante, que faz com que se sintam culpados do não cumprimento de objectivos inatingíveis» por desorientação estratégica – afirma-se na declaração distribuída aos jornalistas dia 21.
Na conferência de imprensa, no edifício da empresa no complexo Lagoas Parque, em Porto Salvo, foram lembradas as consequências trágicas destas práticas em França, onde três engenheiros se suicidaram, ao longo dos últimos quatro meses.
Os representantes dos trabalhadores afirmam que as alterações, em Portugal, afectam a gestão de produtos e preços e o marketing de clientes (que saem para França), o desenvolvimento informático (para a República Checa) e parte da função financeira (para a Roménia).
Para além dos postos de trabalho que são liquidados, esta situação gera «grande instabilidade, pela perspectiva da continuação de decisões de carácter estritamente político/organizacional que tornam impossível prever o futuro», previne a Comissão de Trabalhadores.
A ordem de despedir – que é o que, para a CT, significa colocar os trabalhadores entre a aceitação das rescisões, a troco de um valor equivalente a entre 1,6 e dois salários por ano de serviço, e a ameaça de um despedimento colectivo, com a indemnização mínima legal – veio agora de França, depois de, em Janeiro, a administração da Renault Portugal ter garantido que os postos de trabalho no nosso país não seriam afectados pela reestruturação lançada no grupo.
O chamado Contrat 2009 prevê o despedimento de 450 pessoas nas filiais da Renault fora de França. Em 2006, com a deslocalização das actividades da marca Nissan para Espanha, foram despedidos 55 trabalhadores que, em 2004, tinham sido integrados no grupo, com a absorção do Entreposto Industrial. Na mesma altura, os trabalhadores da marca Renault sofriam «métodos de trabalho nunca vistos», denunciou a CT, referindo-se ao Contrat 2009 e, em geral, às políticas lançadas pelo presidente da multinacional, o brasileiro Carlos Ghosn. «Os trabalhadores foram, estão a ser, martirizados com os “slogans” justificativos do exercício de uma pressão constante, que faz com que se sintam culpados do não cumprimento de objectivos inatingíveis» por desorientação estratégica – afirma-se na declaração distribuída aos jornalistas dia 21.
Na conferência de imprensa, no edifício da empresa no complexo Lagoas Parque, em Porto Salvo, foram lembradas as consequências trágicas destas práticas em França, onde três engenheiros se suicidaram, ao longo dos últimos quatro meses.
Os representantes dos trabalhadores afirmam que as alterações, em Portugal, afectam a gestão de produtos e preços e o marketing de clientes (que saem para França), o desenvolvimento informático (para a República Checa) e parte da função financeira (para a Roménia).
Para além dos postos de trabalho que são liquidados, esta situação gera «grande instabilidade, pela perspectiva da continuação de decisões de carácter estritamente político/organizacional que tornam impossível prever o futuro», previne a Comissão de Trabalhadores.