- Nº 1763 (2007/09/13)

A paixão pelos jogos populares

Festa do Avante!

O chinquilho e a malha são modalidades com um cunho profundamente popular que mobilizam milhares de jogadores. Isso mesmo ficou de novo comprovado na Festa, com o elevado número de participantes que, por exemplo, disputaram o 2.º campeonato de malha (escalões B e C) iniciado em 15 de Junho e concluído dia 9, domingo, na Atalaia.
Foram 435 os elementos inscritos, representando as seguintes associações e clubes: as Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos de Pinhal de Frades e do Fogueteiro; a Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Paio Pires; o Clube Recreativo de Cruz de Pau; o Clube Recreativo da Quinta da Princesa; o Grupo «Santo António»; o «Clube Recreativo das Paivas; o grupo «O Cavaquinho».
Adesões fortes tiveram também a malha grande (60 elementos), a malha pequena (80 elementos) e a malha corrida, individual e por equipas, com 19 e 25 elementos, respectivamente (contamos poder publicar as classificações, tal como as das restantes modalidades, na próxima semana).
Exigindo perícia e precisão, que só mão certeira e olho de lince podem assegurar, também nestes jogos populares, tão ou mais importante do que ganhar, o que verdadeiramente conta é o convívio e a camaradagem, forma salutar de passar o tempo, entre dois dedos de conversa.
Tudo, afinal, o que existe na Atalaia, onde os campos de malha se situam numa dos seus espaços mais arborizados, numa posição altaneira, com o Tejo em fundo, recheado de frescas sombras que convidam à prática tranquila da modalidade.
Um golpe de sorte bafejou, entretanto, o repórter que, numa das vezes que por ali passou, teve a oportunidade de assistir a um jogo de chinquilho disputado entre dois jogadores separados nas idades por mais de meio século. São eles José dos Ramos, 81 anos, com um invejável palmarés de taças, e Tiago Pereira, 25 anos, ambos do concelho de Santiago do Cacém. O desfecho do encontro, para o caso, pouco importa. Realce, isso sim, merece o facto de José dos Ramos, desde a primeira Festa do Avante, nunca a esta ter faltado. Nem mesmo este ano, onde isso esteve quase para acontecer, mas onde foi mais forte a vontade de vir, vencendo, como nos contou, «o raio de uma ciática» que o tem «atrapalhado bastante».
Falar dos pavilhões de Xadrez, das Damas, do Mah-jong e das Setas, durante os três dias, por seu lado, é falar também de enchentes, da presença constante de gente de todas as idades, em particular dos mais novos, que ali se deslocaram para participar nos torneios ou, simplesmente, disputar uma partida com uma amigo ou um parceiro ocasional.