Uma campanha alegre
Dizem e escrevem os comentadores que esta campanha eleitoral para o Parlamento Europeu não discutiu a Europa, que os candidatos vivem do fait-divers, que os portugueses não se interessam.
É verdade que a maior parte dos partidos não cumpriu o que prometeu, diz uma coisa e faz o oposto, que se servem dos cargos, etc. etc. etc.
Mas também é verdade que a cobertura destas eleições deixa muitíssimo a desejar. Não só se ignoraram mais de quatro meses de pré-campanha dos únicos que a fizeram – a CDU –, como muitos órgãos de comunicação optaram por uma cobertura minimal, empurrada para a última meia hora do noticiário, com os candidatos a responder à polémica do dia e os jornalistas de serviço a distribuírem sentenças sobre as performances e a eficiência das «máquinas partidárias».
Exigia-se uma cobertura noticiosa que relatasse a proposta, a prestação de contas, o programa eleitoral, o nível de participação nas iniciativas, a contradição entre a promessa e a realidade. Mas vai-se antes à procura do grotesco, da gaffe, do risível, do descredebilizador, num suposto tom de irreverência que disfarça mal a ignorância e o preconceito.
Nalguns casos, fica-se na dúvida: será mesmo incompetência, falta de rigor, de profissionalismo, de gosto ou de meios? Será que a direcção do órgão de comunicação social vetou determinada abordagem? Ou será de facto amor à desinformação e servilimo ao patrão?
O que mais interessa aos poderosos do País e da Europa é que o povo não vote e se esqueça que tem essa arma. Quanto mais degradada e igual parecer a actuação «dos políticos», quanto menos vontade e condições o povo tiver de participar, melhor para os ricos e os poderosos.
Para os servir, nada mais inoportuno do que uma comunicação social pluralista e democrática, que contribuísse para formar opinião em liberdade, que estimulasse a participação, a transparência, o controlo democrático dos órgãos do poder, a expressão da vontade popular pelo voto, que elevasse o nível cultural da população. Não os servia a eles, mas servia o povo. E faz tanta falta...
É verdade que a maior parte dos partidos não cumpriu o que prometeu, diz uma coisa e faz o oposto, que se servem dos cargos, etc. etc. etc.
Mas também é verdade que a cobertura destas eleições deixa muitíssimo a desejar. Não só se ignoraram mais de quatro meses de pré-campanha dos únicos que a fizeram – a CDU –, como muitos órgãos de comunicação optaram por uma cobertura minimal, empurrada para a última meia hora do noticiário, com os candidatos a responder à polémica do dia e os jornalistas de serviço a distribuírem sentenças sobre as performances e a eficiência das «máquinas partidárias».
Exigia-se uma cobertura noticiosa que relatasse a proposta, a prestação de contas, o programa eleitoral, o nível de participação nas iniciativas, a contradição entre a promessa e a realidade. Mas vai-se antes à procura do grotesco, da gaffe, do risível, do descredebilizador, num suposto tom de irreverência que disfarça mal a ignorância e o preconceito.
Nalguns casos, fica-se na dúvida: será mesmo incompetência, falta de rigor, de profissionalismo, de gosto ou de meios? Será que a direcção do órgão de comunicação social vetou determinada abordagem? Ou será de facto amor à desinformação e servilimo ao patrão?
O que mais interessa aos poderosos do País e da Europa é que o povo não vote e se esqueça que tem essa arma. Quanto mais degradada e igual parecer a actuação «dos políticos», quanto menos vontade e condições o povo tiver de participar, melhor para os ricos e os poderosos.
Para os servir, nada mais inoportuno do que uma comunicação social pluralista e democrática, que contribuísse para formar opinião em liberdade, que estimulasse a participação, a transparência, o controlo democrático dos órgãos do poder, a expressão da vontade popular pelo voto, que elevasse o nível cultural da população. Não os servia a eles, mas servia o povo. E faz tanta falta...