- Nº 1867 (2009/09/10)
Demonstração de Boccia

Mover montanhas

Festa do Avante!

Na Festa voltou a estar em grande destaque a demonstração de Boccia, de novo a cargo da Escola de Boccia do Núcleo de Almada e Seixal da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa. Foi um renovado contributo para a divulgação do desporto adaptado, que não deixou por certo indiferente quem a ela assistiu. E o mais provável é ter mesmo suscitado um sentimento de enorme respeito e admiração quer pelos atletas quer pelas pessoas, familiares e técnicos, que os acompanham. Fácil foi pressentir essa corrente solidária que envolveu o público que assistiu ao notável desempenho de atletas que, dando o melhor de si, esforçadamente, neste desporto encontram uma ajuda terapêutica, um estímulo ao desenvolvimento das suas capacidades, da sua auto-estima.
Por isso, como sublinhou o camarada Brázio Romeiro, responsável pela Comissão de Desporto da Festa, no singelo acto de entrega de medalhas aos nove atletas presentes, esta é uma modalidade que integra um «projecto que tem lugar assegurado na Festa e no coração de todos nós».
Trata-se, com efeito, de um projecto que tem registado notáveis progressos nestes seus cinco anos de existência, fruto em primeiro lugar do esforço inexcedível dos seus mentores mas também em larga medida do apoio do poder local, nomeadamente da Câmara Municipal do Seixal que, inclusivamente, disponibilizou já um terreno para a construção do futuro Centro de Reabilitação Terapêutica.
Esse é o sonho de gente determinada e corajosa, mulheres e homens como Luís Pedro, actual presidente do referido Núcleo de Almada e Seixal, apostado que está, tal como os restantes elementos da sua equipa, em pôr de pé um projecto que sabe ser de importância fundamental para dar resposta às graves carências existentes no domínio da reabilitação da paralisia cerebral. Para melhor se compreender o que está em causa, basta dizer que o distrito de Setúbal não dispõe de nenhum centro de reabilitação terapêutico, quando se estima que o universo de pessoas com paralisia cerebral nele residente se situe na ordem dos 1300, como salientou em declarações ao nosso jornal. Daí a extraordinária importância de edificar o Centro de Reabilitação Terapêutico, o que só será possível se o Governo, como lhe compete fazer, abrir os cordões à bolsa e garantir o necessário apoio, seguindo, finalmente, o exemplo do muito que já fez o poder local.