- Nº 1867 (2009/09/10)
Autarquias

Eleitos da CDU são diferentes

Festa do Avante!

«A CDU nas Autarquias» foi tema de um dos debates realizados no Fórum e de uma exposição que no Espaço Central mostrava ser esta «uma força a crescer», com provas dadas em dezenas de municípios e centenas de freguesias. Na exposição podia-se ver inclusive maquetas de obras de autarquias CDU, como do monumento ao «Marinheiro insubmisso», em Almada, do Plano de Arrentela / Torre da Marinha / Fogueteiro ou do Complexo Termal Fadagosa de Nisa. Enfim, «um trabalho e uma obra que confirmam a CDU não apenas como uma força de resistência e luta, mas também como uma grande força nacional, indispensável ao governo do País e à solução dos problemas nacionais».
Isso mesmo reiteraria Jorge Cordeiro no debate de sábado à tarde, que se centrou sobretudo no carácter distintivo da gestão autárquica dos eleitos comunistas e seus aliados. Aliás, «trabalho, honestidade e competência» são características destes eleitos que, como Jorge Cordeiro lembrou, nem os seus adversários contestam. De facto, garantiu, a CDU tem uma obra gigantesca nos municípios onde é maioria e uma enorme intervenção nas autarquias onde é minoria em defesa dos interesses das populações e em prol do seu funcionamento democrático.
A CDU e o PCP têm um projecto único, de incidência nacional, regional e local, que visa a transformação da sociedade. Assim, os seus eleitos não podem concorrer só para «ganhar eleições e fazer uma gestão corrente do sistema», pois possuem uma ideologia que deve presidir sempre à sua acção. Quem o diz é Carlos Pinto Sá, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, que conta a sua própria experiência. Quando o Governo pretendeu encerrar o SAP em Montemor, a Câmara assumiu a liderança do protesto e, face às vigílias, manifestações e denúncias que se verificaram, o Governo acabou por recuar. Criou inclusive um Serviço de Urgência Básica no concelho. O Governo acusou então a Câmara de estar a imiscuir-se em questões que não lhe dizem respeito, mas Carlos Pinto Sá indigna-se: «Então, a Câmara não tem nada a ver com o encerramento de serviços indispensáveis à população?».
Mas os eleitos comunistas têm que ir mais longe: têm que ter a capacidade de propor projectos inovadores e concretizáveis a nível económico, cultural e ambiental; que valorizar sempre o trabalho e as condições de vida dos trabalhadores; mostrar estarem nas autarquias para servir e não para se servirem; colocar os interesses colectivos acima dos interesses individuais; chamar à participação outros cidadãos, ainda que muitas vezes com ideias diferentes.
Fernanda Gaspar, que interveio no mesmo sentido, lembrou a necessidade de as juntas de Freguesia estarem atentas às questões fundamentais que marcam a qualidade de vida das populações e denunciou a legislação aprovada pelo Governo, que quer fazer regressar os presidentes de Junta à situação de «regedores».

MF