
- Nº 1867 (2009/09/10)
Exposições
Ficar mais próximo da luta
Festa do Avante!
Quem visita o Espaço Internacional da Festa do Avante! tem a oportunidade de ficar a conhecer melhor povos, países, organizações e partidos que afirmam lutar pelo progresso, pela justiça social, pela paz e pelo socialismo, e ficar a saber mais sobre o contexto e os combates que travam com esses objectivos. Nesse sentido, este ano ali se podiam encontrar três exposições junto aos pavilhões políticos do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL), da Associação de Amizade Portugal-Cuba e do Partido Comunista da China.
Os painéis referentes ao Chipre explicavam a importância estratégica do território, situado na encruzilhada entre a Europa, África e Ásia, e, por isso, desde à séculos alvo de disputas e conflitos em torno do seu controlo, situação que se mantém até hoje fazendo da ilha um porta-aviões da NATO no Mediterrâneo e base para planos agressivos para além dos limites da região.
Nos anos 40 do século passado, nasce o AKEL, sucessor do Partido Comunista do Chipre na luta contra o colonialismo e a exploração, e pela unidade de todos os cipriotas, luta que assume expressão armada e de massas no final dos anos 50.
Os acordos de Zurique-Londres que o império britânico subscreve abrem caminho à divisão do território em duas comunidades. O golpe fascista na Grécia e a invasão turca agravaram as dificuldades colocadas às forças progressistas e ao povo daquele país desde a sua independência pelo imperialismo, apostado em minar por dentro a jovem República. Até hoje, cerca de 1/3 dos cipriotas são refugiados na sua própria pátria. Uma fronteira divide Chipre dos territórios ocupados pela Turquia em 1974.
Nos últimos anos, as conversações entre representantes de ambas as comunidades lograram desanuviar o clima político e trocar informações sobre os crimes cometidos por organizações paramilitares de direita.
A eleição para a presidência, em Fevereiro de 2008, do ex-secretário-geral do AKEL, Dimítris Christophias, impulsiona o diálogo para a paz, a desmilitarização, o progresso social, a soberania e a unidade no Chipre, aspirações antigas de cipriotas gregos e turcos, maronitas e arménios, mas com as quais as classes dominantes não se conformam.
Revoluções em festa
A comemorar 50 anos em 2009, a revolução cubana ocupou toda uma parede do Espaço Internacional. Na exposição, fundamentalmente fotográfica, era possível passar em revista algumas das grandes conquistas e lutas, passadas e presentes, daquele processo de transformação social, bem como lembrar a caminhada triunfal dos barbudos da Sierra Maestra na conquista do poder de Estado e a consolidação e construção do socialismo no país, projecto que, apesar do terrorismo e do bloqueio patrocinado pelos EUA, mostra a sua superioridade em vários âmbitos, servindo ainda de estímulo para os que resistem ao imperialismo e perseguem a edificação de uma sociedade liberta da opressão de classe.
Assinalados, igualmente, os 60 anos da revolução popular chinesa, marcha histórica que arrancou o mais populoso país do mundo às raízes feudais e fez dele a terceira economia mundial; transformou milhões de seres humanos famintos e subjugados num povo instruído com mecanismos próprios de participação nas decisões políticas; uniu 56 etnias sob uma mesma bandeira e desenvolveu um território atrasado, disperso e profundamente marcado pela desigualdade.