Penalizar a política de direita
Num périplo pelo distrito de Lisboa, Jerónimo de Sousa apelou às pessoas com deficiência, aos trabalhadores portugueses e ao população em geral para, com o seu voto, penalizarem a política de direita do Governo PS.
Existirem, em Portugal, 650 mil desempregados
Na segunda-feira, a campanha da CDU rumou até Vialonga, onde o Secretário-geral do PCP foi recebido por uma multidão de militantes, activistas e amigos da CDU. A primeira paragem foi nos Bombeiros Voluntários da Freguesia, onde o também candidato à Assembleia da República ouviu as queixas dos «soldados da paz». «O que faz falta, efectivamente, é uma casa nova. Isto está a rebentar em termos de serviço», revelou um dos bombeiros, lamentando o esquecimento do poder central em relação a este tipo de equipamentos.
Depois, após um contacto fraterno com a população, num comício improvisado bem no centro da vila, Jerónimo de Sousa recordou que foi naquela terra que participou, pela primeira vez, num comício, na Casa do Povo, ainda no tempo do fascismo, «onde o povo cedo afirmou os seus sentimentos democráticos». «Que bom que é ver aqui tantos rostos de gente que trabalhou comigo, que lutou comigo, de gente que foi capaz de afirmar o 25 de Abril», sublinhou, acrescentando: «Esta é uma clara afirmação de que a CDU está bem, de que está a crescer, de que a CDU vai avançar nas eleições do dia 27 de Setembro».
Entretanto, interrogado pelos jornalistas, se a CDU está disponível para pré-acordos eleitorais, o Secretário-geral do PCP frisou que «não podemos pôr o carro à frente dos bois» e que a Coligação está indisponível para acordos «sem mudança de política».
Seguiu-se, um pouco depois, uma visita à sede da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), no Largo do Rato, em Lisboa. Uma iniciativa que contou, entre outros, com a presença de Humberto Santos, presidente da APD e candidato da CDU à Assembleia da República.
Ali, depois de um almoço no refeitório da associação, Jerónimo de Sousa alertou para os principais problemas das pessoas com deficiência, das suas organizações e associações, e defendeu a «efectivação» dos seus direitos e «garantia de igualdade e de oportunidades, em todos os domínios da sociedade».
Entre os vários temas aprofundados, o cabeça de lista da CDU pelo distrito manifestou profundas preocupações com o desemprego das pessoas com deficiência, que aumentou, nos últimos cinco anos, cerca de 50 por cento. «No dia 27 de Setembro abre-se uma nova etapa, um novo curso, a perspectiva da inversão desta política completamente errada e anti-social em relação às pessoas com deficiência», destacou, frisando: «Vocês têm de ser, de facto, protagonistas nesta causa nobre, nesta luta tão justa das pessoas com deficiência, pensando particularmente nas crianças, que é possível uma vida melhor».
«Valorização do trabalho e dos trabalhadores»
À tarde, na Casa do Alentejo, falou-se de «valorização do trabalho e dos trabalhadores». Uma iniciativa que teve como moderador Francisco Lopes, da Comissão Política e candidato pelo círculo de Setúbal, e as intervenções de Daniela Santos, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, de Libério Domingues, coordenador da União de Sindicatos de Lisboa, de Sérgio Ribeiro, do Comité Central do PCP, de Manuel Carvalho da Silva, Secretário-geral da CGTP-IN, e de Jerónimo de Sousa.
Perante uma sala cheia de pessoas, Daniela Santos, que também é candidata à Assembleia da República, alertou para o facto de Portugal apresentar «uma das mais elevadas taxas de desemprego da última década». «O desemprego contribui para aumentar a competição entre os trabalhadores, sendo utilizada como forma de chantagem e pressão sobre os mesmos», denunciou.
Por seu lado, Libério Domingues sublinhou que «este é o momento de agir, de tomar partido, de levar a luta até ao voto». «Ao votar na CDU estamos a dar mais força à luta que travamos e aquela que, obrigatoriamente, vamos continuar a travar», afirmou o representante dos trabalhadores e candidato à Assembleia da República.
Segui-se a intervenção do economista Sérgio Ribeiro. «A situação social agrava-se e as expectativas são assustadoras. O nosso Programa, de Ruptura, Patriótico e de Esquerda, não é pessimista. É a alternativa para uma outra economia, para que haja uma vida melhor, para que haja procura interna, de aumento do poder de compra de quem trabalha», frisou.
Manuel Carvalho da Silva também reafirmou a necessidade de o voto dos trabalhadores «ser uma continuidade das nossas opções e das nossas práticas ao longo dos anos». «O PCP e os comunistas portugueses têm uma ligação histórica inquestionável na promoção dos valores do trabalho, pela dignificação dos trabalhadores. Esta acção potenciou, ao longo de muitas décadas, a luta dos trabalhadores portugueses pelos seus justos anseios», sublinhou, acrescentando: «Quanto mais se conseguiu afirmar esta perspectiva maior foi o progresso da sociedade».
A encerrar as intervenções, Jerónimo de Sousa falou das alterações ao Código de Trabalho, da reforma da segurança social e da administração pública. «O Governo PS assumiu-se, com a sua política, como o campeão da precariedade e do desemprego», afirmou, lamentando existirem, em Portugal, «pelo menos 650 mil desempregados e um milhão de trabalhadores em regime de trabalho precário».
Na sessão, defendeu ainda, entre outras medidas, «o aumento, sustentado e contínuo, dos salários da generalidade dos trabalhadores, que inclui o aumento do salário mínimo para, pelo menos, 500 euros, até 2011, e 600 euros, até 2013». «O País e os trabalhadores não podem suportar mais quatro anos de soluções que sistematicamente conduzem ao agravamento das condições de vida dos trabalhadores e dos portugueses. É na CDU que os trabalhadores podem depositar a esperança na possibilidade da mudança e da alternativa em ruptura com a política de direita», afiançou.
Alternativa política para Portugal
O dia terminou em Santa Iria de Azoia, concelho de Loures, onde a CDU exigiu uma ruptura com a governação do PS, que não soube, quer na autarquia quer no País, corresponder às expectativas das pessoas. Falando para várias centenas de militantes a activistas, que preencheram o largo da Sociedade 1.º de Agosto, o Secretário-geral do PCP, depois de ser «esmiuçado» pelos Gato Fedorento, na SIC, acentuou que o «novo», a CDU, tem que «substituir o velho» de 33 anos, PS e PSD.
«Quando o povo português perceber que não é prisioneiro nem do PS, nem do PSD, que pode agarrar no seu voto, como um instrumento de luta, como um instrumento de condenação, mas também de construção, estes dois partidos serão derrotados por aquilo que fizerem», disse, frisando que a «CDU tem condições para a mudança». «No dia 27 de Setembro temos que abrir uma nova fase da vida nacional, iniciando a construção de um caminho diferente, com uma política alternativa e uma alternativa política», concluiu.
José Luís Ferreira, do Partido Ecologista «Os Verdes», apelou, de igual forma, ao voto na CDU, que «tem sido porta-voz dos mais desfavorecidos, dos mais afectados pelas políticas neoliberais, mas também dos nossos rios, das nossas cidades, dos nossos solos e até do ar que respiramos».
O comício contou ainda com a intervenção de Paulo Piteira. «Loures é hoje um concelho que perdeu importância, em que os problemas sociais se agravam, o desemprego cresceu, encerraram serviços de saúde, aumentaram desigualdades e a pobreza, se agravou a insegurança», denunciou o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal. O candidato alertou, de igual forma, para os desinvestimentos na cultura, no desporto, no relacionamento com os professores e as escolas, nas políticas de juventude e no apoio ao associativismo.
Depois, após um contacto fraterno com a população, num comício improvisado bem no centro da vila, Jerónimo de Sousa recordou que foi naquela terra que participou, pela primeira vez, num comício, na Casa do Povo, ainda no tempo do fascismo, «onde o povo cedo afirmou os seus sentimentos democráticos». «Que bom que é ver aqui tantos rostos de gente que trabalhou comigo, que lutou comigo, de gente que foi capaz de afirmar o 25 de Abril», sublinhou, acrescentando: «Esta é uma clara afirmação de que a CDU está bem, de que está a crescer, de que a CDU vai avançar nas eleições do dia 27 de Setembro».
Entretanto, interrogado pelos jornalistas, se a CDU está disponível para pré-acordos eleitorais, o Secretário-geral do PCP frisou que «não podemos pôr o carro à frente dos bois» e que a Coligação está indisponível para acordos «sem mudança de política».
Seguiu-se, um pouco depois, uma visita à sede da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), no Largo do Rato, em Lisboa. Uma iniciativa que contou, entre outros, com a presença de Humberto Santos, presidente da APD e candidato da CDU à Assembleia da República.
Ali, depois de um almoço no refeitório da associação, Jerónimo de Sousa alertou para os principais problemas das pessoas com deficiência, das suas organizações e associações, e defendeu a «efectivação» dos seus direitos e «garantia de igualdade e de oportunidades, em todos os domínios da sociedade».
Entre os vários temas aprofundados, o cabeça de lista da CDU pelo distrito manifestou profundas preocupações com o desemprego das pessoas com deficiência, que aumentou, nos últimos cinco anos, cerca de 50 por cento. «No dia 27 de Setembro abre-se uma nova etapa, um novo curso, a perspectiva da inversão desta política completamente errada e anti-social em relação às pessoas com deficiência», destacou, frisando: «Vocês têm de ser, de facto, protagonistas nesta causa nobre, nesta luta tão justa das pessoas com deficiência, pensando particularmente nas crianças, que é possível uma vida melhor».
«Valorização do trabalho e dos trabalhadores»
À tarde, na Casa do Alentejo, falou-se de «valorização do trabalho e dos trabalhadores». Uma iniciativa que teve como moderador Francisco Lopes, da Comissão Política e candidato pelo círculo de Setúbal, e as intervenções de Daniela Santos, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, de Libério Domingues, coordenador da União de Sindicatos de Lisboa, de Sérgio Ribeiro, do Comité Central do PCP, de Manuel Carvalho da Silva, Secretário-geral da CGTP-IN, e de Jerónimo de Sousa.
Perante uma sala cheia de pessoas, Daniela Santos, que também é candidata à Assembleia da República, alertou para o facto de Portugal apresentar «uma das mais elevadas taxas de desemprego da última década». «O desemprego contribui para aumentar a competição entre os trabalhadores, sendo utilizada como forma de chantagem e pressão sobre os mesmos», denunciou.
Por seu lado, Libério Domingues sublinhou que «este é o momento de agir, de tomar partido, de levar a luta até ao voto». «Ao votar na CDU estamos a dar mais força à luta que travamos e aquela que, obrigatoriamente, vamos continuar a travar», afirmou o representante dos trabalhadores e candidato à Assembleia da República.
Segui-se a intervenção do economista Sérgio Ribeiro. «A situação social agrava-se e as expectativas são assustadoras. O nosso Programa, de Ruptura, Patriótico e de Esquerda, não é pessimista. É a alternativa para uma outra economia, para que haja uma vida melhor, para que haja procura interna, de aumento do poder de compra de quem trabalha», frisou.
Manuel Carvalho da Silva também reafirmou a necessidade de o voto dos trabalhadores «ser uma continuidade das nossas opções e das nossas práticas ao longo dos anos». «O PCP e os comunistas portugueses têm uma ligação histórica inquestionável na promoção dos valores do trabalho, pela dignificação dos trabalhadores. Esta acção potenciou, ao longo de muitas décadas, a luta dos trabalhadores portugueses pelos seus justos anseios», sublinhou, acrescentando: «Quanto mais se conseguiu afirmar esta perspectiva maior foi o progresso da sociedade».
A encerrar as intervenções, Jerónimo de Sousa falou das alterações ao Código de Trabalho, da reforma da segurança social e da administração pública. «O Governo PS assumiu-se, com a sua política, como o campeão da precariedade e do desemprego», afirmou, lamentando existirem, em Portugal, «pelo menos 650 mil desempregados e um milhão de trabalhadores em regime de trabalho precário».
Na sessão, defendeu ainda, entre outras medidas, «o aumento, sustentado e contínuo, dos salários da generalidade dos trabalhadores, que inclui o aumento do salário mínimo para, pelo menos, 500 euros, até 2011, e 600 euros, até 2013». «O País e os trabalhadores não podem suportar mais quatro anos de soluções que sistematicamente conduzem ao agravamento das condições de vida dos trabalhadores e dos portugueses. É na CDU que os trabalhadores podem depositar a esperança na possibilidade da mudança e da alternativa em ruptura com a política de direita», afiançou.
Alternativa política para Portugal
O dia terminou em Santa Iria de Azoia, concelho de Loures, onde a CDU exigiu uma ruptura com a governação do PS, que não soube, quer na autarquia quer no País, corresponder às expectativas das pessoas. Falando para várias centenas de militantes a activistas, que preencheram o largo da Sociedade 1.º de Agosto, o Secretário-geral do PCP, depois de ser «esmiuçado» pelos Gato Fedorento, na SIC, acentuou que o «novo», a CDU, tem que «substituir o velho» de 33 anos, PS e PSD.
«Quando o povo português perceber que não é prisioneiro nem do PS, nem do PSD, que pode agarrar no seu voto, como um instrumento de luta, como um instrumento de condenação, mas também de construção, estes dois partidos serão derrotados por aquilo que fizerem», disse, frisando que a «CDU tem condições para a mudança». «No dia 27 de Setembro temos que abrir uma nova fase da vida nacional, iniciando a construção de um caminho diferente, com uma política alternativa e uma alternativa política», concluiu.
José Luís Ferreira, do Partido Ecologista «Os Verdes», apelou, de igual forma, ao voto na CDU, que «tem sido porta-voz dos mais desfavorecidos, dos mais afectados pelas políticas neoliberais, mas também dos nossos rios, das nossas cidades, dos nossos solos e até do ar que respiramos».
O comício contou ainda com a intervenção de Paulo Piteira. «Loures é hoje um concelho que perdeu importância, em que os problemas sociais se agravam, o desemprego cresceu, encerraram serviços de saúde, aumentaram desigualdades e a pobreza, se agravou a insegurança», denunciou o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal. O candidato alertou, de igual forma, para os desinvestimentos na cultura, no desporto, no relacionamento com os professores e as escolas, nas políticas de juventude e no apoio ao associativismo.