CGTP-IN repudia corte e privatizações

Governo agrava a crise

O corte no 13.º mês e as privatizações previstas no Programa do Governo foram severamente criticadas, dia 15, pela CGTP-IN porque «os maiores sacrifícios são exigidos aos trabalhadores por conta de outrem e aos pensionistas».

«Sacrifica-se os fracos e não se enfrenta os poderosos»

Image 8085

Numa primeira apreciação, em conferência de imprensa, sobre a proposta do Governo de introdução da sobretaxa extraordinária de IRS, feita no dia anterior pelo ministro de Estado e das Finanças, a central exigiu «que sejam salvaguardados os princípios mais elementares de uma justa repartição de sacrifícios», considera o documento distribuído à comunicação social e apresentado pelo secretário-geral, Manuel Carvalho da Silva.

Em plena semana de luta que decorreu por todo o País e que tratamos nas páginas seguintes, a CGTP-IN repudiou o anunciado corte no 13.º mês e o programa de privatizações, salientando que, mais uma vez, «é aos trabalhadores por conta de outrem e aos pensionistas que é exigido um maior esforço contributivo» que agravará a situação económica e social do País.

A alienação de empresas estratégicas (ANA-Aeroportos de Portugal, TAP, CP Carga, GALP, EDP, REN, CTT, RTP, o ramo segurador da CGD, a Águas de Portugal) e ainda do BPN, privará o Estado «de instrumentos estratégicos ao desenvolvimento, entregando-os ao capital estrangeiro».

Para a central, este plano aprofunda uma política que vem sendo implantada desde o final da década de 80, a qual não só não cumpre com os objectivos anunciados de redução da dívida pública, modernização e melhoria da competitividade, como é responsável pela difícil situação com que o País está confrontado.

«Uma vez mais sacrifica-se os fracos e não se enfrenta os poderosos», lamentou a CGTP-IN, concluindo que «o País tem de encontrar caminhos para que deixem de ser sempre os mesmos – os trabalhadores, reformados e pensionistas – a serem chamados para ajudar a resolver os problemas».

Para ontem, a CGTP-IN anunciou uma reunião do seu Conselho Nacional, que iria analisar mais detalhadamente o programa do Governo e a resposta às alterações que são pretendidas na legislação laboral.



Mais artigos de: Trabalhadores

<i>Transtejo</i> condenada

O Tribunal de Trabalho decidiu, a 29 de Junho, que foi ilegal o despedimento dos trabalhadores da Vítor Rosa e Filha, prestadora de serviços de manutenção da Transtejo, obrigando à sua reintegração na TT, disse ao Avante! um dirigente da Federação dos...

Defender o emprego e a <i>TNC</i>

Confrontados há uma semana com o abrupto anúncio de encerramento da actividade, no quadro de um processo de insolvência que decorre há ano e meio e sobre o qual foram dadas poucas informações consistentes, os trabalhadores da Transportadora Nacional de...

Em luta

Para o próximo dia 28, quinta-feira, está convocada uma concentração de protesto em Vila Nova de Famalicão, frente à sede da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal). A Fesete/CGTP-IN e os sindicatos acusam a associação patronal de...

Perseguições no Algarve

Contra a perseguição a representantes dos trabalhadores na JA Pacheco, no Pingo Doce de Olhão e na Câmara Municipal de Alcoutim, e pela reposição da legalidade e do respeito pelos direitos sindicais, pronunciaram-se os participantes no encontro regional de dirigentes e delegados...

<i>AC Santos</i>

Os trabalhadores dos supermercados AC Santos vão concentrar-se dia 27, quarta-feira, às 11 horas, frente ao Ministério da Economia e do Emprego, para exigirem medidas de viabilização da empresa e de garantia dos postos de trabalho, informou o CESP/CGTP-IN.