Eco dos grandes interesses
O PCP reagiu, através de uma nota do Gabinete de Imprensa, ao comunicado divulgado anteontem no seguimento da reunião do Conselho de Estado. Para os comunistas, que acusam o Presidente da República de exercer uma «inaceitável pressão sobre a decisão dos órgãos de soberania, designadamente a Assembleia da República», a posição aí assumida apenas confirma que, pela sua composição, o Conselho de Estado é uma «câmara de eco daqueles que defendem o rumo de declínio, de empobrecimento dos portugueses, de saque dos recursos do País, de desastre nacional». Um rumo que o PCP considera estar ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos, dos especuladores e das grandes potências da UE e que, como tal, «tem que ser derrotado».
Para o PCP, ao contrário da resignação e do conformismo que querem impor, os trabalhadores e o povo têm «não apenas o direito mas o dever patriótico de lutar pela rejeição do pacto de agressão» que PS, PSD e CDS assumiram com o FMI e a União Europeia. Ou seja, lutar contra o roubo nos salários, contra o aumento dos preços, contra as privatizações e contra o «favorecimento do grande capital, para onde estão a correr os milhões de euros roubados ao povo e ao País».
Os comunistas reafirmam ainda que o que se impõe é a «ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda» – que concretize a urgente renegociação da dívida pública, a valorização dos salários e pensões, a defesa da produção nacional, a efectiva taxação do grande capital, o controlo público dos sectores básicos e estratégicos da economia nacional, a afirmação da soberania nacional. Assim de garantirá, afirma o PCP, um «Portugal com futuro».