Acções da CGTP-IN em vários distritos

Luta sem tréguas

Na «semana de protesto e acção», concluída sexta-feira, veio para as ruas a determinação de manter e elevar a luta contra o aumento do horário de trabalho.

Mesmo em época de festas, mantém-se a mobilização

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Numa das últimas acções, em Braga – onde cerca de um milhar de pessoas desfilaram, na tarde de 16 de Dezembro, desde a Avenida Central até às instalações do Centro Regional da Segurança Social – Arménio Carlos acusou o Governo e a sua maioria parlamentar de mostrarem um sinal de fraqueza, ao imporem a discussão pública da proposta de lei sobre o aumento do trabalho no período das festas de Natal e Ano Novo. Na sua intervenção, no final da manifestação, o dirigente da CGTP-IN apelou à mobilização e a que se redobre os esforços, para que não resulte o plano de apanhar os trabalhadores desmobilizados ou em férias e para que seja dada a devida resposta, quer na aprovação de pareceres, quer no prosseguimento das acções de luta.

De manhã, em Évora, mais de duas centenas de dirigentes e activistas sindicais e outros trabalhadores reuniram-se na Praça do Sertório, de onde partiram, em «cordão humano», para percorrerem as principais artérias da cidade. Um desfile em «cordão humano» teve lugar também em Leiria, ao final da tarde.  

A semana começou – como noticiámos no número anterior – com uma tribuna pública do STAL/CGTP-IN, no dia 12, assinalando os 35 anos das primeiras eleições autárquicas; no dia seguinte, manifestaram-se trabalhadores dos transportes e comunicações e da alimentação, bebidas e hotelaria (em Lisboa), das indústrias têxteis, de vestuário e calçado (em Guimarães) e de vários sectores (num «cordão humano», em Setúbal).

No dia 14, quarta-feira, ao fim da tarde, centenas de dirigentes e activistas sindicais do distrito de Lisboa concentraram-se na Praça Luís de Camões, junto ao Ministério da Economia e Emprego, e desfilaram de seguida pelas ruas da baixa, até ao Ministério das Finanças.

Poucas horas antes, em Aveiro, o plenário distrital de dirigentes e delegados sindicais e membros de comissões de trabalhadores terminara na rua, com os seus cerca de 350 participantes a manifestarem-se na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, até Largo Dr. Jaime de Magalhães Lima.

No dia 15, ao final da manhã, cerca de duas centenas de dirigentes e delegados dos sindicatos do distrito do Porto levaram os justos protestos e exigências dos trabalhadores à delegação do Ministério da Economia, na Avenida da Boavista. Ao entregarem uma resolução, ocuparam simbolicamente as instalações por alguns momentos. Uma acção semelhante, também com ocupação simbólica da entrada do edifício, teve lugar ao início da tarde, na CIP, junto da Exponor. Ao final da tarde, realizou-se uma concentração, na Praça da Batalha.

Cerca de cem pessoas reuniram-se, nessa mesma manhã, junto à fábrica da Kemet Electronics, em Évora, protestando contra o lay-off que a multinacional norte-americana decidiu aplicar a 30 trabalhadores.

 

Viabilizar os Estaleiros do Mondego


No dia 16, sexta-feira, cerca de 40 trabalhadores dos Estaleiros Navais do Mondego deslocaram-se da Figueira da Foz a Lisboa, para salientar a necessidade de o Governo garantir a viabilização da empresa. Uma delegação reuniu com responsáveis do Ministério da Economia e do Emprego e foi, mais tarde, recebida por todos os grupos parlamentares e pela presidência da AR. Os trabalhadores começaram por concentrar-se, de manhã, junto à CM da Figueira da Foz.

Além de deixarem um alerta para as graves consequências económicas e sociais da concretização da falência dos ENM, decretada no dia 5, defenderam que há soluções, bastando haver interesse político para tal. Por exemplo, refere uma nota publicada no sítio da Fiequimetal/CGTP-IN, só a manutenção regular das frotas da Transtejo e da Soflusa bastaria para assegurar a laboração dos estaleiros, onde foram construídos quatro dos catamarãs que asseguram a travessia do Tejo.

Em 2007, a COTNSA, do espanhol Urbano Alonso, comprou os ENM à Fundação Bissaya Barreto por um euro. Sem cumprir a liquidação da dívida e deixando agravar a situação, pediu a insolvência em Abril de 2011, com um passivo de cerca de sete milhões de euros, e não avançou com o plano de viabilização que poderia ter apresentado até ao final de Julho.



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