Espanha

A luta é o caminho

Até 2015, cerca de 500 mil espanhóis podem vir a ser expulsos das suas habitações, calcula a Associação de Afectados pelas Execuções hipotecárias e Leilões (AFES, na sigla em castelhano). O desemprego – que o recentemente empossado presidente do governo, Mariano Rajoy, admite poder atingir 5,4 milhões de trabalhadores até ao final deste ano – e a desvalorização dos rendimentos em virtude do aumento generalizado do custo de vida são as principais causas desta calamidade social.

A AFES afirma que, desde 2008, já foram executadas 350 mil hipotecas e 150 mil famílias ficaram desalojadas. Só em 2011, a média de famílias que ficaram sem casa foi de 200 por dia, segundo a mesma fonte.

Actualmente, o número de processos de despejo de habitação própria, dada como garantia contra empréstimo bancário, ultrapassa os 135 mil.

Entretanto, nas várias regiões desenvolve-se a luta contra a política antipopular que o novo executivo do PP se prepara para recrudescer, impondo limites na despesa central, regional e local. Acresce o aumento da exploração sobre quem trabalha e o roubo nas reformas devidas a quem já trabalhou, objectivos para o quais o governo exige ainda maiores cedências por parte centrais sindicais, Comissiones Obreras e UGT, pressionadas diariamente pelo executivo de Madrid para que subscrevam as propostas de reforma laboral em discussão na concertação social.

Na sexta-feira, 13, agentes da polícia da Catalunha ocuparam uma esquadra no centro de Barcelona em protesto contra os cortes anunciados para o sector, que incluem a não renovação de contratos, a redução de suplementos e o fim do subsídio de refeição.

Pelos mesmos motivos que os Mossos d’Esquadra e no mesmo dia, também os funcionários das prisões da região autónoma bloquearam os acessos aos estabelecimentos, elevando a luta que travam há várias semanas.

os pilotos da Ibéria convocaram para os próximos dias 25, 27 e 30 mais quatro dias de greve em defesa do contrato colectivo de trabalho em vigor.

O pessoal de terra pode vir a juntar-se à luta do pessoal de cabine, anunciaram, paralelamente, as estruturas sindicais, nomeadamente com paralisações de 24 horas todas as segundas e sextas-feiras a partir de 3 de Fevereiro.

O combate à austeridade imposta apenas ao povo assume ainda formas que visam alertar para a crueldade e injustiça das medidas, e em Madrid, Barcelona, Sevilha, Bilbau e Valência, membros do movimento «Yo no Pago» levaram a cabo ocupações simbólicas de estações de metropolitano contra o brutal aumento do preço dos transportes.

 



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