No aniversário

Correia da Fonseca

Nos tempos mais recentes, muito os telespectadores têm ouvido falar da necessidade de um urgente crescimento económico e, como condição para que esse efeito seja conseguido, da indispensabilidade de a banca passar a fazer o que por agora não tem feito: disponibilizar financiamento às áreas produtivas nacionais. Aparentemente, a banca portuguesa anda entretida com outras preocupações, e a circunstância de ter recebido um significativo apoio financeiro vindo do exterior não alterou o seu fechamento perante as evidentes necessidades das empresas portuguesas em matéria de financiamento. Contudo, é bem sabido que sem financiamentos é impossível a expansão produtiva. Pelo que bem se justificará que, inspirados num título de Saramago, os portugueses perguntem «que farei com esta banca?», isto é, para que nos serve, ou melhor, a quem ela serve? Todos os dias nos é dito, na televisão ou fora dela, que a situação do País é muito grave, mas a esta informação verdadeiramente alarmante só é acrescentado que os chamados sacrifícios são para continuarem e mesmo para se agravarem. Quem porventura quiser saber o que de facto está por dentro dessa palavra afinal abstracta e opaca, «sacrifícios», poderá juntar notícias avulsas que a TV nos vai dando até que um quadro mais amplo se vá formando. É um quadro formado por famílias inteiras que emigram sem destino certo, de velhos que morrem da combinação letal de subnutrição e frio, de jovens que o desemprego sem esperança empurra para a delinquência. Sendo esta, de facto, a imagem do Portugal «respeitado» e «cumpridor dos seus compromissos» que o governo quer mostrar à Europa e ao resto do mundo.

 

Sem custos

 

Neste quadro, passou esta semana mais um aniversário da nacionalização da banca e dos seguros, decidida em 75 com o duplo objectivo de retirar às manobras contra-revolucionárias o apoio que poderia ser-lhes prestado pela banca do 24 de Abril e de pôr o poder financeiro do sector ao efectivo serviço da economia nacional. Trata-se aliás de uma providência praticamente imperativa no contexto de um processo de mudança profunda em curso em qualquer sociedade; e estudos sérios vieram posteriormente confirmar que sem ela o povo português poderia ter sido confrontado com situações terríveis, o que não impediu, naturalmente, que os abertos ou dissimulados militantes do «24» de então para cá se tenham aplicado a falsificar os dados e a reescrever.



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