CGTP-IN contesta insistência do Governo

Salários e mudança

Numa declaração emitida ontem, a CGTP-IN pronunciou-se contra a revisão da TSU, a redução dos salários e a política de direita, reafirmando a jornada de dia 29 como momento alto da luta pela mudança.

Reduzir o nível de vida só agrava a situação do País

As medidas que o Governo anunciou na semana passada, para fazerem parte do Orçamento do Estado para 2013, representam «a insistência num modelo de redução do nível de vida dos portugueses que é responsável pela grave situação em que o País se encontra».

A CGTP-IN preveniu que «as ações concertadas que estão em marcha, nomeadamente em relação à Taxa Social Única, mais não visam que tentar iludir os portugueses, para salvar uma medida que tem como objetivo a redução dos salários dos trabalhadores».

No outro lado da crise, a central assinala que «só nos últimos três anos, os lucros distribuídos aos accionistas de 15 grupos económicos, que integram o PSI 20, ascenderam a cerca de 7500 milhões de euros».

Em marcha, avisa a Inter, está «uma tentativa de colocar a CPCS a legitimar essas medidas e, em geral, a política do Governo do PSD/CDS e do “memorando” da troika, que visa a redução dos salários e ataca os rendimentos do trabalho, deixando incólumes os rendimentos do capital ou de “outras fontes”». A CGTP-IN reafirma que continuará a opor-se, «por todos os meios legítimos ao seu dispor, a essa instrumentalização».

Retomando as suas propostas para uma mudança de rumo, a central exige que a redução do défice e da dívida pública seja conciliada com o crescimento económico e com a justiça social, por via da reestruturação da dívida, do combate à fraude e à evasão fiscal, da tributação adequada dos rendimentos de capital das fortunas, dos bens de luxo e dos rendimentos mais elevados e da taxação das transações financeiras.

As confederações patronais são desafiadas a passarem das palavras aos actos, «assumindo o aumento dos salários para melhorar a procura interna, de forma que as empresas possam vender, e como instrumento de motivação dos trabalhadores, essencial para aumentar a produtividade».

Para «acabar com a política de direita, que está a destruir os pilares do Estado de Direito, democrático e social, consagrado na Constituição», há que «prosseguir e intensificar a luta dos trabalhadores, como condição necessária e indispensável à resolução dos problemas que o País atravessa».

A CGTP-IN «valoriza a luta desenvolvida nos vários sectores de actividade e apela aos trabalhadores e trabalhadoras, aos jovens, aos desempregados, aos pensionistas e reformados, para que façam do dia 29 de Setembro um momento alto da luta pela mudança de política».




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