A revolta veste farda
Contra as restrições previstas no Orçamento do Estado para 2013, cerca de cinco mil polícias vindos de todo o País, convocados pela ASPP/PSP, manifestaram-se, anteontem, entre o Largo de Camões e a Assembleia da República, apelidando o Governo de «gatunos» e insistindo na exigência de fazer conjugar os seus direitos e a missão da instituição com os valores da revolução de Abril.
Em causa estão a suspensão da passagem à pré-aposentação, o fim da utilização gratuita dos transportes públicos ou o aumento dos encargos com o subsistema de saúde, medidas que Paulo Rodrigues qualificou de «prejudiciais para os polícias e para a instituição, injustas face aos baixos salários dos profissionais e desproporcionais em relação às exigências da missão».
Para o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, as referidas alterações significam «o envelhecimento do efectivo» justamente quando o contexto económico e social exige «uma PSP mais jovem e pró-activa», e um corpo profissional com acesso a um sistema de saúde acessível e eficaz.
Quanto ao passe social, o fim daquele direito implica que milhares de polícias tenham que pagar do próprio bolso as deslocações a tribunal, notou Paulo Rodrigues, que desafiou o secretário de Estado da administração Pública a «vestir uma farda e vir para a rua perseguir criminosos com carros a cair de podre», disse, de acordo com a Lusa.
Revoltados com o executivo PSD/CDS e o OE estão, também, os militares, que no próximo sábado, dia 10, às 15h00, se concentram na Praça do Município, em Lisboa, de onde partem em desfile para os Restauradores. A jornada, apoiada pelas associações de sargentos, praças e oficiais – mandatadas, entretanto, para exigirem ao Presidente da República, enquanto comandante supremo das Forças Armadas, a fiscalização sucessiva da proposta – obteve o apoio da Associação dos Militares na Reserva e Reforma.