Défice empolado
Três responsáveis do gabinete de estatísticas da Grécia (Elstat) foram acusados, dia 22, no âmbito de uma investigação judicial, de terem empolado artificialmente o défice público relativo a 2009.
Na origem de mais este escândalo estão as denúncias de uma ex-funcionária da entidade, em Setembro de 2011, segundo as quais o défice público de 2009 foi revisto em alta, em Novembro de 2010, de 12,5 para 15,4 por cento do PIB.
Zoé Gueorganta, que foi imediatamente despedida, declarou ter sido pressionada pelo seu chefe, Andréas Geórguios, antigo estatístico do FMI, a manipular as contas do Estado. O objectivo seria obter um défice recorde na zona euro que chocasse a opinião pública e facilitasse a aplicação das dolorosas medidas de austeridade.
Em declarações à imprensa, na semana passada, a funcionária mostrou-se convicta de que a manipulação teve a cobertura do então primeiro-ministro, Georges Papandreu, bem como do seu ministro das Finanças Georges Papaconstantinu.
A responsabilidade dos ministros deveria ter sido apurada por uma comissão de inquérito parlamentar, que foi constituída em Fevereiro do ano passado, a pedido do procurador-geral, mas até agora os trabalhos revelaram-se inconclusivos.