Doentes também trabalham
Na Estónia não se falta ao trabalho mesmo quando se está doente, para não se perder parte do salário. Esta foi pelo menos a resposta de 60 por cento dos inquiridos numa sondagem realizada em Janeiro pela agência CV Keskus.
Em causa estão sobretudo epidemias sazonais como a gripe, mas a estoicidade dos trabalhadores alarmou a Associação de Defesa dos Pacientes da Estónia pelas suas consequências ao nível da saúde pública.
A sua presidente, Pille Ilves, citada, dia 30, pela agência AFP, notou que a presença de pessoas doentes nos locais de trabalho faz aumentar o número de pessoas infectadas, provocando assim custos suplementares.
No entanto, muitos trabalhadores não se podem dar ao luxo de ficar em casa, uma vez que pagam do seu bolso as baixas médicas de curta duração.
As novas regras, que entraram em vigor em 2009 no quadro das drásticas medidas de austeridade, determinam o não pagamento dos três primeiros dias da baixa. Do quarto ao oitavo dia, o empregador é obrigado a pagar uma parte do salário, e só depois o trabalhador passa a ser apoiado pela Segurança Social. Antes os trabalhadores recebiam da Segurança Social 80 por cento do salário logo a partir do segundo dia de baixa médica.
«O novo sistema arruína a saúde das pessoas e os custos a longo prazo serão muito superiores ao que se gastava antes das medidas de austeridade», frisou ainda Pille Ilves.