Políticas devastadoras
Dados revelados pela versão preliminar do inventário florestal de 2010 mostram que o eucalipto se tornou a primeira espécie da floresta nacional. «Os Verdes» alertam para as consequências negativas que esta predominância implica, em termos ambientais, sociais e económicos.
As terras não cultivadas são apetecíveis para a indústria da celulose
Em nota de imprensa, o Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) informou que a expansão do eucalipto teve uma expressão mais acentuada nos últimos anos, «em grande parte devido ao abandono da agricultura e do mundo rural».
«As terras não cultivadas são apetecíveis para a indústria da celulose que faz uma pressão constante sobre os pequenos proprietários por forma a fomentar o plantio de eucaliptos», afirmam os ecologistas, frisando que «os pequenos proprietários são um alvo fácil desta pressão, tanto mais que ela lhes garante alguma rentabilidade sem grande necessidade de investimento e manutenção».
O PEV afirma ainda que «os incêndios que têm lavrado no País são fruto e consequência desta eucaliptização», mas também têm «vindo a criar condições para a expansão de eucalipto». Uma situação que se tem agravado com a «permissividade política que tem reinado em relação à reflorestação de áreas ardidas com eucalipto», com a «falta de uma política de ordenamento florestal eficaz» e com «uma clara promoção da floresta de cariz industrial/celulose em relação à floresta multiuso e de espécies autóctones».
«As consequências desta política são devastadoras em termos ambientais, não só pela fragilidade em que a floresta e o território ficam perante os incêndios, mas também ao nível da perda de biodiversidade, do esgotamento de aquíferos e do empobrecimento dos solos, contribuindo tudo isto para o despovoamento das regiões, nomeadamente no interior do País», acusam os ecologistas.
Desinvestimento nos transportes
O Colectivo Regional de Lisboa do PEV condenou o «claro desinvestimento», por parte do Governo, no sector dos transportes, através dos cortes nos passes sociais e escolares, com os aumentos brutais dos tarifários e com supressão e encurtamento das carreiras das várias empresas de transporte que operam no distrito. «Esta situação tem contribuído para uma diminuição da qualidade do serviço prestado às populações, com graves prejuízos para a região de Lisboa, acompanhados de despedimentos ou alegadas rescisões de mútuo acordo de funcionários das empresas», criticam os ecologistas. «Os Verdes» consideram ainda que «estamos perante um sério retrocesso na prestação do serviço público de transportes, pondo em causa um direito tão fundamental como é a mobilidade das pessoas».