Passar à luta, admitindo que esta possa assumir a forma de greve, foi a disponibilidade manifestada segunda-feira por mais de uma centena de trabalhadores da Talaris, antiga Papelaco, única empresa da Europa a produzir máquinas multibanco (ATM) e outros equipamentos de gestão de numerário. A decisão do plenário, realizado na fábrica, em Torres Vedras, será concretizada se a administração não recuar na decisão do despedimento colectivo de 37 pessoas, encerrar as instalações em Sintra e transferir para Torres Vedras a logística e as áreas de apoio, como a manutenção, explicou à Lusa um dirigente do SIESI. Paulo Ribeiro notou ainda que os planos da multinacional japonesa Glory, que adquiriu a Talaris em 2012, prevêem o encerramento da linha de produção e a sua transferência para a China. O sindicato tinha já referido, a propósito da redução das vendas da empresa no mercado nacional, que a própria SIBS, que gere a rede multibanco nacional e é administrada por Vítor Bento, tem vindo a optar por ATM chinesas. No mesmo comunicado, de 27 de Março, alertava que a administração da Talaris prepara uma transferência de 10 milhões de euros para a Glory, para serem distribuídos aos accionistas desta, e tem em curso uma redução do capital social de cerca de sete milhões de euros.