Jovens sem trabalho, País sem futuro

A Belém contra o desemprego

O aumento do desemprego, visível nos últimos dados do INE, reflecte a destruição da produção nacional e o encerramento de serviços públicos, comentou a Interjovem, apelando à mobilização para 25 de Maio.

Só outra política garantirá trabalho digno e com direitos

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Das estatísticas relativas ao primeiro trimestre deste ano, a organização de juventude da CGTP-IN destaca, numa nota divulgada anteontem, que o desemprego entre os mais jovens voltou a aumentar. A taxa de desemprego global foi de 17,7 por cento, mas salta para 42,1 por cento, nos trabalhadores com idades entre 15 e 24 anos, e é de 21,3 por cento, na faixa entre os 25 e os 34 anos.
Pelos dados oficiais, há mais 43 800 pessoas no desemprego do que no mesmo trimestre de 2012, com o número de desempregados a ascende a 952 200, em sentido estrito. Mas, na realidade, o desemprego e o subemprego atingem já um milhão e 500 mil pessoas, como notou a CGTP-IN, numa nota que divulgou dia 9 e na qual volta a lembrar que os inactivos disponíveis e indisponíveis e os trabalhadores a tempo parcial são categorias estatísticas que também se referem a desempregados.
As prestações sociais cobrem um em cada três destes desempregados, em sentido lato. Apenas 8,5 por cento dos jovens até aos 25 anos têm protecção social em caso de desemprego e apenas 39 por cento, na faixa dos 25 aos 34 anos, recebem algum tipo de prestação quando estão desempregados.
Quer a central, quer a Interjovem, realçam os dados que denunciam o aumento da emigração forçada:

- uma quebra de 1,8 por cento na população activa, em relação ao trimestre homólogo;
- menos 85 mil pessoas na população total do País, uma redução ocorrida, na maior parte (73 mil), apenas no primeiro trimestre, o que significa que o ritmo está aumentar; e são sobretudo os mais jovens que saem do País, já que a quebra foi de 66 500, no grupo dos 25 aos 34 anos, e de 31 mil, entre os menores de 25 anos;
- muitos dos trabalhadores que emigram levam consigo os filhos, o que se vê na diminuição do número de crianças e jovens, até aos 14 anos, em 24 500.

Luta sem tréguas

A situação que os emigrantes encontram noutros países, nomeadamente da União Europeia, «não é, de todo, a mais favorável», nota a Interjovem, que aponta o desemprego entre os jovens como «uma consequência, cada vez mais visível, das políticas que favorecem os donos das grandes empresas multinacionais, intensificando a exploração». Segundo o último relatório da OIT, o desemprego entre os jovens estará em 18,1 por cento e a previsão é de que se mantenha acima dos 17 por cento até 2018. «Estes dados são bem reveladores de que o aumento do desemprego anda a par com a destruição da produção nacional e o encerramento de serviços públicos essenciais às populações», comenta a estrutura juvenil da central, avisando que a insistência em políticas que apenas favorecem os lucros das grandes empresas cria condições para intensificar a exploração dos jovens trabalhadores.
Para a Interjovem, «a luta sem tréguas pelo trabalho digno e com direitos, fazendo frente à política de direita e exigindo, em cada local de trabalho e na rua, a demissão ao Governo que a protagoniza, é o único caminho para a concretização das nossas reivindicações», que exige todo o empenho na divulgação das propostas da CGTP-IN, no reforço da acção e da sindicalização e na mobilização de todos para a concentração frente ao palácio de Belém, no dia 25 de Maio.




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