- Nº 2066 (2013/07/4)
Aveiro

Por novo rumo

Trabalhadores

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A ampla participação na greve geral constituiu mais um importante marco na luta dos trabalhadores e das populações do distrito de Aveiro. Também nesta região são dramáticas as consequências da acção destruidora da política do Governo e da troika. São vários os exemplos que ilustram a depressão económica e social e o rumo de afundamento do distrito. Desde logo o sucessivo agravamento do número de trabalhadores desempregados (42 000 em Maio, segundo o IEFP), a que se junta a contínua queda do PIB da região (4% só no primeiro trimestre), a destruição contínua de importantes serviços públicos, a queda da produção industrial (um recuo de 3,6% em Abril), a diminuição do investimento em 10%, ou ainda o crescente número de empresas em processos de encerramento ou insolvência (mais de 200 só este ano). Tudo isto numa região marcada pelos baixos salários, pela diminuição dos rendimentos dos trabalhadores, reformados e pensionistas.

A realidade do distrito e do País justificava assim plenamente a realização da greve geral. E os seus primeiros efeitos começaram a fazer-se sentir ainda na noite de 26. Fosse na área da saúde da administração pública onde apenas os serviços mínimos funcionaram em Hospitais como os de Aveiro, Águeda, Santa Maria da Feira ou a Unidade de Saúde de São João da Madeira, fosse no sector privado onde em empresas de sectores importantes como a cerâmica, a cortiça ou a metalurgia (a Cerdomus, a Socori ou a Renault/CACIA, por exemplo) foram apuradas adesões significativas à greve que chegaram aos 80%.

O dia 27 iria confirmar ao longo da manhã e da tarde a grande adesão de outros sectores profissionais como a educação, com dezenas de escolas encerradas e várias outras com grande participação. Também na administração local e nos transportes as adesões foram grandes, assim como nos serviços portuários (com a Lota de Aveiro encerrada) ou ainda no sector alimentar como na Provimi.

Esta importante jornada de luta culminou com diversas concentrações no distrito, nomeadamente em São João da Madeira, Ovar, Santa Maria da Feira, Lamas e Aveiro, onde Adelino Nunes, da Comissão Executiva da CGTP e coordenador da União de Sindicatos de Aveiro, exigiu a saída do Governo PSD/CDS e a alteração do rumo do País.