Enfermeiros persistem
O Ministério da Saúde apresentou-se na reunião de dia 12, com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, sem qualquer contraproposta concreta ao caderno reivindicativo, mas comprometeu-se a apresentar amanhã, numa nova reunião, um documento formal. O SEP/CGTP-IN mantém agendada uma vigília, frente ao Ministério, de 22 a 24 de Julho.
Um dos principais motivos de contestação é o alargamento do horário de trabalho para 40 horas semanais, que poderá lançar no desemprego cerca de cinco mil enfermeiros, para além das consequências na vida pessoal e na qualidade dos serviços.
A greve da semana passada, informou o SEP ao fim da tarde de quarta-feira, teve um índice nacional de adesão de 75 por cento, no dia 9, e de 77 por cento, no dia 10. Esta forte participação, bem como a combatividade demonstrada na concentração de centenas de profissionais na Avenida João Crisóstomo, dia 10, comprovaram a grande insatisfação dos enfermeiros face à degradação das suas condições de trabalho e a sua firme determinação na exigência de soluções para os problemas colocados ao Governo, salientou o sindicato.
Além da defesa das 35 horas semanais, o SEP reclama o reposicionamento salarial dos enfermeiros em regime de contrato individual de trabalho e exige que seja definido um calendário de reuniões para negociação das restantes matérias incluídas no caderno reivindicativo.
Emergência no Curry Cabral
O Governo despede trabalhadores onde eles são mais necessários, acusou dia 11 a Direcção Regional de Lisboa do SEP, apontando o caso gritante do Hospital Curry Cabral. Os serviços já necessitavam de cerca de 1800 horas extraordinárias de enfermagem por mês, mas foram despedidos dezenas de enfermeiros, assistentes operacionais e assistentes técnicos. Desde segunda-feira, o serviço Medicina 1.K, onde precisam ser asseguradas 400 horas extra mensais, ficou sem enfermeiros. Em Medicina 2, durante o mês de Julho, estão previstos 80 turnos extraordinários de enfermagem e 50 turnos extraordinários de assistentes operacionais, muito acima dos limites impostos pela lei.
O SEP exigiu que os trabalhadores despedidos sejam reintegrados e que os enfermeiros com contratos a termo, a assegurar necessidades permanentes, passem a contratos por tempo indeterminado. Reclama ainda que sejam respeitadas as dotações de pessoal que constam no documento assinado pelo Ministério da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros.