PCP acentua significado da luta
O facto de muita gente ter decidido participar na manifestação, durante a manhã de um dia de trabalho, foi destacado pelo Secretário-geral do PCP, nas declarações prestadas à comunicação social. Jerónimo de Sousa referiu, como significado desta grande adesão à jornada da CGTP-IN, a indignação sentida pelas pessoas. Mas realçou a conclusão de que a luta está a seguir para um novo patamar, evidenciando que há uma redução da base social desta política.
Instado a comentar a sua presença na rua, na altura em que se iniciava a votação no hemiciclo, considerou que a opção de se mostrar solidário com os trabalhadores e o povo não é contraditória com o estatuto de deputado. A propósito, lembrou que a Assembleia da República não é uma redoma e que ali, na manifestação, também se estava a fazer democracia.
Jerónimo de Sousa salientou que a luta contra o Orçamento e contra as medidas que nele estão incluídas não iria acabar no momento em que fosse feita a votação pelos deputados, pois o processo legislativo continua dependente do Presidente da República e, com certeza, do Tribunal Constitucional. E o fim desse processo continuará, sempre, a depender da luta dos trabalhadores, dos reformados e de todas as pessoas que são vítimas da política a que dá seguimento este Orçamento violento e que está a destruir vidas.
A valorização desta jornada justifica-se ainda mais, sublinhou Jerónimo de Sousa, por demonstrar uma ampla consciência de que a luta dos trabalhadores não alcançará os seus objectivos a partir de actos isolados nem com repentismos, antes numa acção que se desenvolve de forma persistente e tenaz e que, na prática, contraria a ideologia das inevitabilidades e do conformismo.