Greve nos CTT amanhã
Muito embora o Governo tenha já decidido privatizar os CTT, os trabalhadores avançam para uma greve amanhã, 29, com o objectivo de abortar este processo.
Os trabalhadores não desistem de travar a venda dos CTT
Num comunicado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN), uma das estruturas que convoca a paralisação, expressa-se a convicção de que a luta dos trabalhadores «terá certamente influência na intenção de compra das acções dos CTT», podendo inclusivamente inviabilizar toda a operação. O sindicato sustenta que para a alteração das intenções do Governo – que começou por pretender vender 100 por cento do capital da empresa e acabou por aprovar a alienação de 70 por cento – muito contribuiu a luta dos trabalhadores e a pressão da opinião pública. Em todo este processo, sustenta o SNTCT, o Governo PSD/CDS teve dificuldades em justificar a «razão da privatização, da perda de soberania e da perda de lucros dos CTT».
Garantindo que vale a pena continuar a lutar contra a privatização dos CTT, o SNTCT alerta que, vendida a empresa, não estão garantidos os postos de trabalho, os salários e as garantias consagradas no Acordo de Empresa. Por oposição, afirma o sindicato, travar a privatização pode significar a manutenção de todos estes direitos. Para esta estrutura sindical, a privatização nem sequer garantirá aos trabalhadores da empresa ficarem a salvo dos cortes salariais previstos no Orçamento do Estado. O que a experiência tem mostrado é que, em muitas situações, o patronato faz suas as medidas aplicadas pelo Governo aos trabalhadores da Administração Pública e das empresas do Sector Empresarial do Estado.
Para além da contestação à privatização dos CTT, a greve tem ainda como objectivos travar a redução de salários, nível de vida e direitos, a manutenção do regulamento disciplinar e do Acordo de Empresa e a salvaguarda do património público. Para além do SNTCT, convocam a greve o Sindeltelco, o Sincor, o Sinquadros e o Sintavv, contando com o apoio da Comissão de Trabalhadores. A par da paralisação, têm lugar no mesmo dia um plenário de trabalhadores, às 14h30 nos Restauradores, e uma manifestação nacional junto ao Ministério das Finanças, com início às 15h30.