Passar fronteiras
Para além das grandes iniciativas, as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal materializaram-se em largas dezenas de debates e sessões, umas de âmbito central e outras promovidas por estruturas regionais ou locais. Umas e outras fizeram com que as comemorações chegassem mais longe e que mais pessoas tomassem contacto com relevantes aspectos da vida, do pensamento e da luta de Álvaro Cunhal.
Ao nível central, foram promovidas sessões sobre o pensamento e a acção de Álvaro Cunhal sobre a organização e luta dos trabalhadores, a luta pela emancipação das mulheres, a juventude e o seu papel, a soberania e independência nacionais, a reforma agrária e os pequenos e médios agricultores, e ainda sobre as suas componentes de estadista e de intelectual, artista e pensador das questões estéticas. Em muitas outras iniciativas de debate foram salientadas outras dimensões da personalidade multifacetada de Álvaro Cunhal. Um pouco por todo o País estiveram patentes exposições evocativas.
As comemorações do centenário extravasaram as fronteiras do PCP, tendo diversas iniciativas sido promovidas por estruturas sindicais (a começar pela própria CGTP-IN) e associações diversas, autarquias, escolas e instituições públicas, como a Torre do Tombo ou a Biblioteca Nacional, que tiveram patentes exposições dedicadas ao centenário do nascimento de Álvaro Cunhal.
Transportas foram, também, as fronteiras nacionais. Em diversos países da Europa e do Mundo realizaram-se iniciativas comemorativas, promovidas tanto pelas organizações do PCP na Emigração como por estruturas de composição mais abrangente.
Em França, por exemplo, a evocação do centenário ficou a cargo de uma associação criada especificamente para o efeito – o Cercle Álvaro Cunhal – que para além de debates e exposições promoveu a tradução de uma das obras teóricas fundamentais do histórico dirigente do PCP, o «Partido com Paredes de Vidro» ou, na versão francesa, o «Le Parti en Toute Transparence».
De assinalar que o interesse suscitado pela homenagem a Álvaro Cunhal foi tal que em muitos países, como na Suíça, Alemanha, Bélgica ou Brasil, entre outros, muitos camaradas e amigos não hesitaram em percorrer centenas de quilómetros para nelas poderem participar.