Despoluição do Rio Tinto
Os vereadores da CDU nas câmaras do Porto e de Gondomar, respectivamente Pedro Carvalho e Joaquim Barbosa, defenderam, no dia 3, o reforço da cooperação intermunicipal para que se alcance uma solução viável para a despoluição do Rio Tinto.
Estratégia pensada entre os municípios de Gondomar e Porto
Para os eleitos do PCP, a situação denunciada pelo Movimento em Defesa do Rio Tinto, no dia 28 de Dezembro, de descarga directa no Rio Tinto de sete milhões de litros de águas residuais sem tratamento, exige uma tomada de posição articulada entre as diversas entidades com responsabilidades nesta área. Neste sentido, defenderam, é «fundamental a despoluição do Rio Tinto, até porque está em causa a utilização e alargamento do Parque Oriental da Cidade do Porto».
Os vereadores realçaram ainda o facto de a actual entidade responsável pela exploração do Sistema Municipal de Abastecimento de Água e Drenagem e Tratamento de Águas Residuais de Gondomar (empresa Águas de Gondomar, SA) manter uma postura de falta de abertura ao debate e de sistemática recusa aos pedidos de visita às instalações da ETAR do Meiral realizados por representantes eleitos democraticamente pelos cidadãos.
«Para a CDU, a resolução do problema de contaminação do Rio Tinto requer mais do que as actuais obras de remodelação da ETAR do Meiral, no valor de cerca de cinco milhões de euros. A solução técnica terá de ter em conta o facto do caudal deste rio ser demasiado diminuto para receber efluentes domésticos tratados de uma população que ronda os 60 mil habitantes, devendo por isso ser equacionada uma solução que poderá passar pela colocação de um emissário que encaminhe o efluente tratado para um rio com maior caudal, como o Rio Douro, numa estratégia pensada entre os municípios de Gondomar e Porto», defendem os eleitos comunistas.
Privatização de serviços
O alerta dos vereadores da CDU passou também pelas consequências que a privatização e concessão de serviços públicos a privados, como os serviços de abastecimento público de água e saneamento, acarretam.
«A articulação entre os três municípios atravessados pelo Rio Tinto torna-se ainda mais urgente por 2014 ser o ano de uma nova linha de fundos comunitários que deverá ser aproveitada para solucionar este problema que afecta o Rio Tinto há 20 anos», referem os eleitos.