Reforçar o Partido e a luta de massas
O CT da Boavista acolheu, no passado sábado, mais de 250 militantes comunistas convocados para o plenário da Organização Regional do Porto do PCP.
O reforço da organização partidária a todos os níveis é prioritário
O lançamento do debate foi assegurado por Jaime Toga, membro da Comissão Política e responsável pela ORP, que apresentou alguns dos principais traços da realidade nacional, que caracterizou como sendo marcada pela «agudização da situação económica e social» e pela propaganda do Governo de que «os sacrifícios estão a acabar», pois o tempo da troika «está a chegar ao fim» e depois chegará o «crescimento económico e o fim do desemprego». Uma outra linha de propaganda denunciada pelo dirigente comunista prende-se com a ideia de que «não vale a pena lutar porque este Governo chegará até ao fim do mandato e a luta não tem dado resultados».
Após desmontar toda esta demagogia, Jaime Toga elencou as várias exigências que se colocam ao Partido, nomeadamente o «alargamento e intensificação da luta contra todas e cada uma das políticas de desastre que é fundamental para a derrota deste Governo e da sua política».
Entre as várias intervenções que abordaram questões importantes para o desenvolvimento do trabalho partidário, destaca-se a de Domingos Oliveira, membro da DORP, que abordou as questões relacionadas com o reforço da organização do Partido. Este dirigente referiu-se particularmente à campanha de recrutamento de novos militantes, que está em curso até Abril do próximo ano, e uma outra visando a elevação da militância. Estas são, em sua opinião, condições fundamentais para que o Partido possa atingir os seus objectivos
Lutar pelos valores de Abril
João Torres, da DORP e do Comité Central, referiu-se ao facto de serem «muitos poucos os portugueses que não concordaram connosco e com a necessidade da derrota desta política», mas que, apesar disso, o Governo «não cairá por si só, pelo que temos de o derrotar por via da luta». Os militantes comunistas devem, «nas empresas, nos sindicatos, nas organizações do Partido», cumprir o seu papel de «grandes impulsionadores da luta que iremos vencer», contribuindo para o êxito da jornada de 1 de Fevereiro.
Já Diana Ferreira, da Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia, referiu-se à «ofensiva global» contra os serviços públicos, que requer uma resposta imediata «através das lutas locais, lá onde fecharam os correios; lá onde os médicos do Centro de Saúde não chegam». Para tal, precisou, é fundamental que «cada organização concelhia, cada organização de freguesia, seja também uma organização de luta, reforçando o seu trabalho de ligação às populações e aos seus problemas».
Depois de Jorge Sarabando, da DORP, ter destacado actualidade dos valores de Abril e a importância das comemorações do 40.º aniversário da Revolução, Belmiro Magalhães referiu-se as próximas eleições para o Parlamento Europeu. O membro da DORP e do Comité Central adiantou que a campanha eleitoral deverá servir para afirmar a alternativa à política de direita e responsabilizar os partidos que conduziram o País a esta situação de desastre.
Organizar, estruturar, intervir
Em Beja, esteve reunida a Direcção da Organização Regional do Partido (DORBE) que aprovou as linhas fundamentais para a acção partidária no ano que agora se iniciou. Num comunicado tornado público no dia 20, a DORBE começa por definir como uma das prioridades a intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, a começar pela jornada convocada pela CGTP-IN para o dia 1 de Fevereiro. Em Beja, a concentração está marcada para as 14h30.
Especial importância será dada ao reforço da organização do Partido, considerada pela DORBE uma questão decisiva no contexto da «gravíssima situação que vivem os trabalhadores, o povo e Portugal». Assim, correspondendo às decisões assumidas pelo Comité Central no final do ano passado, a Direcção da Organização Regional de Beja do Partido está a trabalhar no sentido de «desenvolver uma vasta acção de organização, estruturação partidária, elevação da militância, alargamento da assunção de responsabilidades e intensificação da intervenção».
Esta acção de reforço do Partido, acrescenta-se no comunicado, desenvolver-se-á em cinco direcções principais: o aumento da capacidade de direcção, a elevação e alargamento da responsabilização de quadros; a promoção do recrutamento; o reforço da luta de massas e da intervenção política e a estruturação e melhoria de funcionamento da organização; o reforço dos meios de acção e intervenção partidárias no que se relaciona com a imprensa, a informação e a propaganda; e a defesa e reforço da independência financeira do Partido.
Uma terceira prioridade prende-se com as comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, colocando a tónica na actualidade dos seus valores e na sua projecção, consolidação e desenvolvimento no futuro de Portugal.
A DORBE decidiu ainda marcar a 8.ª Assembleia da Organização Regional para o próximo mês de Novembro.