Fernando González em Cuba

Livre após injustiça

Fernando González, um dos Cinco antiterroristas presos pelos EUA, voltou a Cuba a 28 de Fevereiro. A luta pela libertação incondicional dos outros três prossegue.

«A felicidade só será completa quando voltarem Gerardo, Ramón e Antonio»

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Fernando González foi o segundo dos heróis cubanos (depois de René González) a ser libertado após cumprir uma sentença injusta, ditada num processo político manchado por irregularidades. Três outros patriotas acusados e condenados no mesmo caso continuam presos, mas a campanha para a sua libertação incondicional prossegue.

E foram justamente para os companheiros que permanecem encarcerados as primeiras palavras de Fernando González à chegada a Havana, onde foi recebido por familiares e pelo presidente da República, Raúl Castro. «A felicidade é imensa, mas só será completa quando voltarem à pátria Gerardo, Ramón e Antonio», disse.

Fernando González aproveitou também para agradecer «ao povo de Cuba que durante tantos anos nos acompanhou nesta luta». Luta que, garantiu, vai prosseguir fazendo «tudo o que está ao nosso alcance para que esta realidade [o regresso a Cuba dos três antiterroristas] chegue o mais depressa possível».

Fernando González, René González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero foram detidos a 12 de Setembro de 1998 quando seguiam a actividade de grupos terroristas que, a partir de Miami, se preparavam para voltarem a atentar contra Cuba, factos que, sublinhe-se, denunciaram às autoridades dos EUA.

Não obstante, foram todos condenados a penas pesadas num processo político pejado de atropelos, e mantidos em condições de reclusão extremamente rigorosas e violadoras dos seus direitos.

Ao fim de 15 anos, cinco meses e 15 dias, Fernando González regressou a Cuba, tal como já havia acontecido com o seu camarada René González. A saída do estabelecimento prisional norte-americano não foi, no entanto, o momento em que se sentiu livre. Tal aconteceu quando pisou solo cubano, tanto mais que só quando o avião aterrou em Havana as algemas lhe foram retiradas, explicou.

Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero cumprem sentenças mais violentas, pelo que o seu regresso à pátria sucederá com a reparação da injustiça de que são alvo. Isso mesmo sobressaiu no concerto de solidariedade que, sábado, 1, foi realizado no centro de Havana. Um iniciativa entre dezenas de outras promovidas regularmente pelos comités de solidariedade com os Cinco, e das quais se destaca a terceira edição da jornada «Cinco dias pelos Cinco», que terá particular expressão em Washington DC, de 4 a 11 de Junho deste ano.




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