João Ferreira e Jerónimo de Sousa
apelam ao voto na CDU

«Cada euro que nos roubam vai para os bolsos do grande capital»

No sábado, o Congresso da JCP contou com a presença e intervenção de João Ferreira, primeiro candidato nas listas da CDU para o Parlamento Europeu, que valorizou, em primeiro lugar, o «retrato vivo» da situação do País e da juventude que ali foi feito.
«Por aqui passaram, nas várias intervenções, realidades como o desemprego, que atinge quase um milhão e meio de portugueses, como a precariedade, que condena os jovens para todo o sempre, como a pobreza, que atinge hoje mais de dois milhões e 600 mil portugueses, como a imigração, com mais de 200 mil trabalhadores forçados, nos últimos dois anos, a procurar fora do País emprego e melhores condições de vida», enumerou, frisando que este é apenas «um dos lados da moeda», porque «na outra face» estão «os mais ricos».
«Só nos últimos dois anos as 25 maiores fortunas do País cresceram 16 por cento, e o número de novos milionários cresceu 10 por cento», denunciou, acrescentando: «Cada euro que nos roubam na educação, na saúde, nos salários, nos estágios não remunerados, é um euro que vai directamente para os bolsos do grande capital, dos banqueiros que se abotoaram com milhares de milhões de euros de recursos públicos, dos grandes grupos económicos, através das isenções fiscais, das parcerias público-privadas, para os agiotas que especularam e especulam sobre os juros da nossa dívida».
Segundo João Ferreira, há ainda «outras coisas que nos roubam e que não têm preço», como «a alegria, a esperança, o direito a sermos felizes no nosso próprio País». «É a tudo isto que chamam austeridade. É um outro nome para roubo, para empobrecimento, para desigualdades, para injustiças, para exploração», destacou, antevendo que «para lá de Maio» os mesmos que assinaram o pacto de agressão (PS, PSD e CDS) vão impor «outros instrumentos e mecanismos» – através do Tratado Orçamental, da Governação Económica, do Semestre Europeu, do Pacto para o Euro Mais – para «garantir, pelo menos por mais vinte anos, como já disse o Presidente da República, a mesma política que tem vindo a ser implementada nos últimos três».

«Importantíssima batalha»

Na intervenção de encerramento, no domingo, Jerónimo de Sousa também falou das eleições para o Parlamento Europeu, «uma importantíssima batalha na defesa dos interesses nacionais, por uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos», que «pode contribuir para apressar a derrota do Governo PSD/CDS e abrir caminho a uma alternativa» e que vai contar com o «esforço, dedicação e empenhamento dos jovens comunistas na realização de uma grande campanha eleitoral».
O 10.º Congresso da JCP foi, desta forma, um grande momento de arranque para a campanha eleitoral dirigida à juventude. «Precisamos de fazer uma grande campanha», que afirme o voto na CDU – reforçando a votação e o número de deputados – «como a mais decisiva contribuição para romper com as principais opções e políticas que estão na origem da crise no nosso País e também na União Europeia», salientou o Secretário-geral do PCP, lembrando que o Partido, no tempo certo, «alertou para a natureza e para as consequências das linhas orientadoras da política de direita e da integração capitalista», chamando ainda a atenção para «a destruição do nosso sector produtivo e do endividamento que dele iria resultar» e para o «projecto de domínio dos mais fortes sobre os mais fracos».
«A realidade aí está a dar razão ao PCP e à CDU. Fruto destes anos de política de direita e de 28 anos de integração capitalista, Portugal vive hoje um dos períodos mais negros da sua existência», afirmou Jerónimo de Sousa, criticando a «regressão económica», a «alienação do património do Estado», a «entrega ao grande capital e ao capital estrangeiro de sectores de importância estratégica para o País», os «défices estruturais insustentáveis» e a «dívida impagável que só nos últimos três anos aumentou em 51 mil milhões de euros».
Face a esta situação, o Secretário-geral do PCP apelou ao voto na CDU, a única candidatura «verdadeiramente alternativa ao actual rumo, seja em Portugal, seja na Europa». «O voto é uma forma de luta, é um poder que cada um tem para alterar a situação. Por isso dizemos que dar mais força à CDU no dia 25 de Maio é dar mais força ao nosso povo para que de forma soberana, livre e democrática possa decidir dos destinos do seu País», disse.




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