Pelo emprego!
Cerca de 50 mil trabalhadores de 21 países participaram, dia 4, na manifestação em Bruxelas convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos contra a política de austeridade.
CES propõe plano para uma Europa próspera
Segundo declarou a secretária-geral da CES, «a austeridade agravou a crise social e económica: mais de 26 milhões de pessoas estão sem trabalho na União Europeia, mais dez milhões do que em 2008».
«É por essa razão que nos manifestamos e exigimos uma nova via para a Europa, baseada em investimentos, em empregos de qualidade e na igualdade», disse Bernadette Ségol.
No apelo dos sindicatos salienta-se que a situação dos jovens é ainda pior: 7,5 milhões de jovens europeus não trabalham nem estudam.
Muitos deles têm as mais altas habilitações, mas simplesmente são obrigados a sair dos seus países de origem para procurar trabalho, refere a CES advertindo para o risco de uma «geração perdida».
A primeira «euro-manifestação» do ano pretendeu enviar uma mensagem que «os responsáveis europeus não querem ouvir», afirmou Bernadette Ségol. «A nossa mensagem é que as políticas actuais para responder à crise financeira não são suficientes e, na realidade, agravaram a crise social e económica. A nossa mensagem é que a austeridade não funciona».
A jornada da CES inseriu-se numa campanha, integrada por mais de 80 sindicatos, que reivindica como «nova via para a Europa» um grande plano de investimentos no montante de 260 milhões de euros, cerca de dois por cento do PIB europeu, por ano e durante uma década.
Esta proposta é acompanhada de um contrato social que permitirá, de acordo com os cálculos da CES criar 11 milhões de empregos, travar o dumping social, melhorar os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores.
As contas da CES indicam que o aumento dos investimentos em dois por cento por ano proporcionaria um crescimento suplementar do PIB em 1,6 pontos percentuais em 2015 e de cinco ponto em 2019. Num período de dez anos os efeitos seriam ainda mais sensíveis.
Ao mesmo tempo as receitas fiscais aumentariam de 83 mil milhões de euros para 104 mil milhões e as contribuições sociais de 16 mil milhões para 20 mil milhões.
Na véspera das eleições para o Parlamento Europeu, a CES sublinha que este plano poderia ser posto em prática sem necessidade de alterar os tratados europeus.
Nesse sentido, exorta os cidadãos europeus a votarem em candidatos que partilhem um visão de uma «Europa próspera e socialmente inclusiva».