Farwest afegão

A Comissão Eleitoral afegã voltou a suspender a recontagem de 3,5 milhões de votos da segunda volta das «eleições» presidenciais no país, isto depois de os delegados dos dois candidatos, Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani, terem abandonado, pela terceira vez desde o dia do sufrágio, 14 de Junho, a assembleia de apuramento. Abdullah contesta a vitória atribuída a Ashraf. Ambos divergem sobre a validação dos votos e trocam acusações de fraude.

Ao diferendo político acresce uma nova vaga de violência que vem agravar a instabilidade permanente no território. No seu mais recente relatório sobre a insegurança no Afeganistão, referente aos primeiros seis meses do ano, a missão da ONU (UNAMA) registava um aumento de 24 por cento do número de civis mortos ou feridos em combates ou atentados face a 2013, e estimava o total de vítimas em 1564 mortos e quase 3300 feridos.

As Nações Unidas calculam que 2/5 das vítimas civis resultem de combates entre forças governamentais e ocupantes e grupos armados alegadamente afectos ao movimento talibã, e atribuem a estes a responsabilidade de 75 por cento dos mortos e feridos entre a população, dos quais 34 por cento são crianças e 24 por cento mulheres.

A UNAMA alerta, também, que as estatísticas reflectem o que considera ser uma mudança na «natureza do conflito, com uma escalada do número de combates em zonas povoadas».

Para ajudar a compreender a situação de autêntico farwest no Afeganistão, importa reter os dados divulgados segunda-feira, 28, pela inspecção-geral para a reconstrução, segundo a qual os EUA forneceram às autoridades locais uma quantidade excessiva de armas.

De acordo com o SIGAR, nos últimos 10 anos o Pentágono autorizou o envio para o país de aproximadamente 750 mil espingardas automáticas e lança-granadas, entre outras, isto apesar de ser conhecida a incapacidade de Cabul em registar o destino e controlar a transferência das armas.



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