Vitória na STCP
A administração e o Governo recuaram na intenção de despedir ilegalmente dez motoristas da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto e decidiram que estes, mais os que teriam os contratos a termo concluídos nos próximos meses, passarão a ter contratos efectivos, o que levou à desconvocação da greve de quatro dias que teria início dia 6, da recusa de trabalho extraordinário e de uma manifestação no dia 30 de Dezembro.
A Fectrans/CGTP-IN considerou que foi «uma grande vitória para todos os que, desde há muitos anos, vêm lutando para defender o futuro da STCP e os direitos dos seus trabalhadores». «Sem todas essas lutas – que provaram a unidade dos trabalhadores da empresa – estes nossos dez camaradas teriam sido ilegalmente despedidos durante o mês de Janeiro e a eles juntar-se-iam outros cujo contrato terminaria no mês de Março», salienta a federação, numa nota que publicou dia 30.
É necessário «desde já» reivindicar que passem a efectivos «todos os outros trabalhadores com contratos a termo, porque estão a ocupar postos de trabalho permanentes», defendeu a Fectrans, insistindo para que sejam «repostos os trabalhadores em falta, de modo a que a STCP cumpra integralmente a sua função social para com a população da cidade do Porto».
Alertando que, «mesmo no momento deste recuo, o Governo e CA reafirmam a sua intenção de prosseguir com o processo de privatização da STCP», a federação salienta que «a luta, num quadro de unidade nos locais de trabalho, não terminou».
Em greve
Os trabalhadores da Forcargo, em Grijó (Vila Nova de Gaia), entraram em greve no sábado, dia 3, paralisando a transportadora de mercadorias. A luta vai manter-se até dia 9 e pode mesmo prolongar-se por mais uma semana. Em causa está uma redução indevida das remunerações, superior a 60 euros, bem como a reivindicação de que seja pago o tempo em que os motoristas no estrangeiro estão à espera de carga, como explicou à Lusa um dirigente do STRUN. Fernando Oliveira disse na segunda-feira que a empresa continuava praticamente parada. Respondendo ao apelo do sindicato da Fectrans/CGTP-IN, dezenas de trabalhadores concentraram-se frente à Forcargo.
Em protesto contra a ocupação de postos de trabalho permanentes por trabalhadores com vínculos precários, recrutados através de empresas de trabalho temporário, os auxiliares de terra da Soflusa vão fazer greve, durante duas horas por turno, nos dias 13, 14 e 15. A luta foi decidida no dia 31 de Dezembro, num plenário realizado à tarde, onde também foram contestadas as alterações dos horários do pessoal que atraca e desatraca os barcos na ligação Lisboa-Barreiro.
Frederico Pereira, dirigente da Fectrans, disse à Lusa que a decisão de realizar as lutas, tomada a 26 de Dezembro, foi confirmada porque desde então a empresa nada comunicou. Reiterou ainda a exigência de que o quadro de pessoal seja completado, aumentando de sete para dez os profissionais naquelas funções.
Na Scotturb, «a determinação dos trabalhadores na greve de 24 de Dezembro e dias seguintes levou a que os donos da empresa e o seu gerente enveredassem por atitudes de desespero e difamação», protestou a Fectrans. Num comunicado de dia 2, a federação desafiou o gerente, Fernando César, a discutir «olhos nos olhos» com os representantes dos trabalhadores o caderno reivindicativo, realçando que, ao contrário do que têm afirmado chefias nestes dias, nele «não consta o fim do Acordo de Empresa nem as seis horas de intervalo, mas sim o aumento dos salários e a melhoria das condições de trabalho».
A falta de resposta patronal poderá levar a que uma delegação sindical, com poderes negociais, se instale à porta da transportadora a partir de dia 15.