Internato
A Federação Nacional dos Médicos acusou o Governo de entender que «negociar é impor». Ao fim de três reuniões sobre o Regime do Internato Médico (a última no dia 21), o Ministério da Saúde deu por encerradas as supostas negociações e informou que irá enviar para publicação o seu projecto, sem acolher quaisquer das propostas dos sindicatos, refere-se numa nota da Comissão Executiva da FNAM. A esta «farsa de negociação» acresce que as alterações são «inaceitáveis retrocessos à inegável qualidade da formação médica», referindo a federação algumas: acabará o Ano Comum, substituído por um «ano profissionalizante», da responsabilidade das faculdades de Medicina; a prova de acesso passará a ser de «avaliação» (com nota mínima) e deixará de haver garantia de especialização para todos os recém-licenciados; poderá haver internatos em instituições privadas e do sector social, sem qualquer garantia de hierarquia técnico-científica; não haverá qualquer valorização ou compensação para os orientadores de formação; serão exigidas 18 horas semanais de Serviço de Urgência, integradas no horário normal de 40 horas. A FNAM declara que «não deixará de combater com todas as armas ao seu dispor mais esta arremetida contra a qualidade dos serviços e a dignificação da profissão médica». Por outro lado, «coloca-se desde já à disposição dos jovens médicos para os apoiar nas formas de luta que venham a entender encetar».