- Nº 2162 (2015/05/7)
CLIP isolado na Câmara Municipal

Censura em Portalegre

Nacional

Por iniciativa da CDU, foi aprovada, no dia 30, uma moção de censura ao executivo da Câmara de Portalegre, liderado pela Candidatura Livre e Independente por Portalegre.

O documento, apresentado na Assembleia Municipal de Portalegre, contou com os votos favoráveis do PS, do PSD e de dois eleitos da CLIP. Segundo a Coligação PCP-PEV, a moção de censura, que ficará na história autárquica de Portalegre por nunca ter acontecido em 41 anos de democracia, pretende funcionar como a «chicotada política necessária» para que «a maioria altere a sua atitude arrogante e a sua inércia governativa e cumpra o mandato que recebeu dos portalegrenses nas passadas eleições autárquicas».

«O executivo da CLIP, encabeçado pela presidente Adelaide Teixeira, não cumpriu praticamente nenhuma das promessas que fez durante a campanha eleitoral, deixou agravarem-se as condições de vida das pessoas, desleixou o estado público provocando a degradação das ruas da cidade, das estradas municipais, das fontes, dos jardins e espaços verdes, das passadeiras para peões e da sinalização de trânsito, desprezou os equipamentos municipais, como é o caso da piscina coberta dos Assentos, do edifício histórico dos Paços do Concelho, da Quinta da Saúde», critica a Coligação PCP-PEV.

A estes, somam-se problemas nas escolas e jardins de infância, que desde 2011 recebem relatórios a denunciar falta de condições de saúde e segurança. Na Biblioteca Municipal e no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre (CAEP) a climatização está avariada há anos.

Insensibilidade

Na moção de censura critica-se o facto de o concelho de Portalegre estar parado e ter regredido em variadíssimos aspectos, sobretudo sociais e económicos, e denuncia-se a «invulgar insensibilidade democrática, desmesurada ambição de protagonismo e total insensibilidade social» da presidência da Câmara Municipal.

«Apesar da folgada maioria absoluta que obteve nas eleições, a CLIP tem-se revelado incapaz de cumprir até as suas próprias promessas», acusa a CDU, informando que, apesar do desinvestimento, da perda de trabalhadores autárquicos e da subida de taxas e de custos de serviços cobrados aos portalegrenses, «a situação económica e financeira na Câmara de Portalegre está longe de ter melhorado e não apresenta sinais de retoma».


Tragicomédia

Para a Coligação PCP-PEV, «o esboroamento da coesão política da CLIP, reflectido na perda da maioria que detinha na Assembleia Municipal (AM) e tendo como paradigma a renúncia do presidente da AM, eleito pela CLIP, apenas demonstra a erosão da base de apoio que elegeu a CLIP».

No texto da moção de censura relembra-se ainda que a Câmara de Portalegre «encontra-se sem estratégia, sem planos e sem documentos previsionais há quase cinco meses». «Seja por incapacidade, falta de liderança, ausência de visão estratégica ou, mais simplesmente, uma cómoda negligência de quem não quer apresentar novos documentos e sujeitar-se ao processo democrático de discussão e concessão, o que é certo é que uma das principais funções de um executivo camarário que ainda não se cumpriu», sublinha a CDU.