defende produção nacional
Salvaguardar o futuro
No sábado, em Ponte de Sor, durante um almoço-convívio regional da CDU, Jerónimo de Sousa afirmou que a questão central que se coloca com as próximas eleições legislativas, previstas para Outubro, é saber se «mudamos alguma coisa para deixar no essencial tudo na mesma» ou se «exigimos uma ruptura com esta política de desastre».
Basta de política de direita, de infernizar a vida aos portugueses
Aos que, como o Governo, dizem que Portugal está no «bom caminho», Jerónimo de Sousa lembrou que está inscrito no Programa de Estabilidade um corte de «mais de 600 milhões de euros nas reformas, nas pensões e na protecção social», e 200 milhões de euros nas Funções Sociais do Estado, ou seja, «mais sacrifícios para os mesmos do costume».
As críticas estenderam-se ainda ao PS, que, na oposição, durante os últimos quatro anos, «esteve condicionado, desertou em combate, porque estava comprometido» com a política do Executivo PSD/CDS, com quem assinou o pacto de agressão da troika, e que antes tinha aprovado os PEC, «com muitas das medidas que o Governo acabou por executar».
Agora, o PS «quer ir para o poder, mas para manter no essencial a mesma política», denunciou o Secretário-geral do PCP, referindo-se à dívida e ao serviço da dívida, «que vai consumir os nossos recursos durante muitos anos», ao Tratado Orçamental, «que impõe sanções e uma vigilância apertada em relação ao défice», ao «que foi roubado aos trabalhadores e aos reformados» e à «política de privatizações». «O PS, em relação à Segurança Social, preconiza medidas que, a serem aplicadas, são idênticas ou piores do que as propostas do PSD, designadamente a perspectiva do plafonamento, a baixa da TSU, o aumento da idade da reforma», acusou.
Eleições legislativas
Aos muitos que estiveram na Associação Desportiva e Recreativa do Arneiro, Jerónimo de Sousa afirmou que a questão central que se coloca com as próximas eleições legislativas, previstas para Outubro, é saber se «mudamos alguma coisa para deixar no essencial tudo na mesma» ou se «exigimos uma ruptura com esta política de desastre». «Basta de política de direita, de infernizar a vida aos portugueses, de andar para trás. O PCP e a CDU apresentam uma proposta de política alternativa, que caracterizamos de patriótica e de esquerda», sublinhou o Secretário-geral do Partido, frisando que «não é confiando na senhora Merkel, no directório de potências, na União Europeia, que está determinada pelos princípios de servir o grande capital, os poderosos, que os nossos problemas vão ser resolvidos»; antes «tem que ser o povo português a resolver os seus próprios problemas, a defender a pátria, a soberania nacional, o que é que quer do seu futuro».
Como exemplo, Jerónimo de Sousa defendeu a necessidade de o País «produzir mais». «Só saímos da situação em que nos encontramos se produzirmos mais, se criarmos mais riqueza, se reforçarmos o aparelho produtivo, a indústria, a agricultura, as pescas, se potenciarmos os nossos recursos», destacou, apontando: «Portugal tem riquezas imensas, algumas aqui no distrito, no subsolo». Segundo o Secretário-geral do PCP, Portugal precisa ainda de «uma política alternativa que reponha salários e direitos, pensões e reformas» e defenda «os serviços públicos».
«Queremos dizer àqueles que dizem que nós somos apenas um partido de oposição, de protesto, que quando o povo português entender e quiser, este Partido assumirá todas as responsabilidades, incluindo no plano do governo, porque temos condições e propostas», afirmou.
Manuela Cunha
Alternativa passa pela CDU
Em Ponte de Sor, Manuela Cunha, da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), defendeu a urgência de «erguer uma alternativa» que «ponha fim a esta política de austeridade», que «devolva a dignidade ao nosso povo e a soberania ao País» e que «promova o desenvolvimento».
«Essa alternativa passa pela CDU, a única força política que não mente às populações e que assume os compromissos assumidos», afirmou, sublinhando que reforçar a Coligação PCP-PEV «é uma tarefa de todos nós, na qual todos nos devemos empenhar, conversando e esclarecendo, transmitindo confiança e esperança».
A dirigente ecologista dirigiu ainda fortes críticas aos últimos quatro anos de Governo PSD/CDS que «tem roubado e empobrecido as pessoas». «Ganharam as eleições mentido aos portugueses», acusou, referindo-se ao aumento dos impostos e à destruição dos serviços públicos, nomeadamente na Saúde, na Justiça e nos transportes, «deixando regiões como esta [distrito de Portalegre] mais isoladas e desertificadas».
Manuela Cunha lamentou, de igual forma, o que observou até chegar a Ponte de Sor: «hectares e hectares de eucaliptos plantados em terras que já deram cortiça e pão nos tempos da Reforma Agrária». Alertou ainda para os casos de poluição na Barragem de Belver.
Amanhã e sábado, o PEV vai realizar no Fórum Lisboa a sua 13.ª Convenção, sob o lema «Respostas Ecologistas. Juntos conseguimos!».