Gregos assinalam revolta de 1973
Dezenas de milhares de pessoas assinalaram por toda a Grécia o 42.º aniversário da insurreição de estudantes e trabalhadores contra a ditadura dos coronéis.
Em 17 de Novembro de 1973, os tanques assaltaram a Escola Politécnica de Atenas, epicentro da revolta, abatendo pelo menos 56 pessoas e causando centenas de feridos.
Apesar de ter sido sangrentamente reprimida, a revolta marcou o fim do regime autoritário.
Em Atenas e Salónica tiveram lugar grandes manifestações, onde se fizeram ouvir protestos contra as novas medidas de austeridade exigidas pelos credores e aprovadas pelo governo.
Na capital, o acontecimento foi assinalado em dois desfiles, um promovido por associações de estudantes e outras organizações e partidos de esquerda, outro organizado pelo Partido Comunista da Grécia (na foto).
Os manifestantes percorreram o centro da cidade, concentrando-se frente à embaixada dos Estados Unidos, lembrando a participação da CIA e da NATO no golpe de Estado de 21 de Abril de 1967, que colocou os militares no poder.
Abolidas as liberdades democráticas e declarada a lei marcial em todo o país, a ditadura proibiu a actividades dos partidos políticos e de organizações progressistas, interditou as greves e impôs a censura. Milhares de activistas políticos, em particular comunistas, foram perseguidos e presos.
Oito meses depois da revolta do politécnico, em 24 de Julho de 1974, a ditadura caiu sob a pressão das massas.