Que futuro para a Sinaga?
Num comunicado da Direcção da Organização da Região Autónoma dos Açores, divulgado a semana passada, o PCP questiona se o governo regional quer liquidar a Sinaga, empresa produtora de beterraba sacarina instalada na Ilha de São Miguel. A designação de uma nova administração e de um novo administrador delegado para a empresa, da qual o PCP tomou conhecimento através da comunicação social, parece fazer-se acompanhar de um plano que inclui a injecção de três milhões de euros na empresa para resolver problemas que, num futuro não muito distante, poderão gerar prejuízos de 16 milhões. Há muito que o PCP vem denunciando a «grave situação económico-financeira» da empresa, que se arrasta e degrada graças ao «total desinvestimento e abandono, primeiro pelo capital privado depois pela governação regional». O Partido acusa o novo administrador de estar a preparar a opinião pública para a «morte anunciada» e «inevitabilidade da liquidação» da Sinaga, cumprindo assim o que parece ser a orientação do agora único accionista: o governo regional.
Conhecidas com pormenor as propostas da nova administração, que o PCP espera não vir a assumir-se como uma mera «comissão liquidatária», o Partido garante só existirem dois cenários possíveis: «o encerramento da fábrica e o abandono da cultura da beterraba sacarina» ou a «construção de uma nova fábrica, com capacidade adequada à realidade da região». É esta segunda hipótese que o PCP tem defendido e proposto e que o governo regional do PS e a sua maioria na Assembleia Legislativa Regional têm sucessivamente rejeitado. O PCP reafirma no seu comunicado aquela que é uma sua convicção antiga: a Sinaga é uma empresa viável e com futuro, que promove a diversificação agrícola regional que, com o investimento numa nova fábrica que use energia geotérmica e outros recursos naturais e com a inversão da gestão dos últimos anos, terá finalmente lucros e será viável.