Milhares homenageiam vítimas de Mauthausen
Cerca de seis mil pessoas oriundas de vários países renderam homenagem, dia 15, aos 190 mil presos do campo de concentração nazi de Mauthausen, na Áustria, onde foi lançado um apelo à vigilância para que a barbárie não volte a campear na Europa.
De acordo com a agência EFE, 25 sobreviventes, assim como comitivas de diversos países assistiram à cerimónia, onde estiveram presentes membros do governo austríaco, altos representantes de outros países, membros do corpo diplomático, destacadas personalidades e artistas.
Sob o lema da «solidariedade internacional», o acto público decorreu no antigo campo de Mauthausen, situado a 160 quilómetros de Viena, onde 90 mil pessoas de 30 países foram assassinadas ou não resistiram às condições sub-humanas do trabalho escravo e das sevícias.
Celebrando o 71.º aniversário da libertação do campo, o presidente do Comité Mauthausen, Willi Mernyi, recordou a importância da solidariedade entre os presos do campo, que superou a diversidade de nacionalidades, ideologias políticas ou religiões. «Os sobreviventes mostraram-nos o que pode significar a solidariedade internacional», referiu Willi Mernyi num discurso transmitido pela rádio e televisão públicas.
Por seu turno, o chanceler interino da Áustria, Reinhold Mitterlehner, insistiu na necessidade de impedir que algo de semelhante volte a ocorrer: «Necessitamos de uma cultura forte e de uma memória histórica viva, para podermos tirar as conclusões correctas do capítulo mais obscuro da nossa história», declarou.
Para a ocasião, o Memorial de Mauthausen editou um livro com os dados das vítimas do campo.