Museu das Rendas de Bilros
A Câmara de Peniche inaugura no sábado, 23, o Museu das Rendas de Bilros, um investimento de meio milhão de euros. «É a concretização de um sonho idealizado pelas rendilheiras e pela Câmara de Peniche para preservar a arte e dar a conhecer o trabalho desenvolvido ao longo de gerações», afirmou, à Lusa, Jorge Amador, vice-presidente da autarquia.
Com esse objectivo, o município abriu há vários anos a Escola de Bilros, criada para renovar a geração de rendilheiras e preservar a arte que remonta ao século XVI. O espaço possui uma centena de profissionais a trabalhar, de um total de 400 existentes em todo o concelho de Peniche, e a ensinar a arte a 60 crianças.
No museu, podem ser vistas não só rendas elaboradas ao longo de décadas, como também a sua história, que remonta há mais de 400 anos, prémios internacionais arrecadados, as suas técnicas e a associação das rendas à arte, à moda e à joalharia.
Os conteúdos expositivos, em português, inglês e braille, são dados a conhecer recorrendo também a suportes multimédia, desde fotografias, reportagens televisivas, um documentário em vídeo sobre a história das rendas de bilros em Peniche e quiosques digitais.
O museu, que vai estar aberto todos os dias, está localizado junto à Igreja de São Pedro, no centro da cidade, num edifício onde o município fez obras de adaptação.
A inauguração do Museu das Rendas de Bilros integra-se no programa da Mostra Internacional de Rendas de Bilros, entre hoje e domingo, com o recorde de 30 delegações oriundas de Espanha, França, Itália, República Checa, Bélgica, País de Gales, Rússia, Polónia, Áustria, Inglaterra, Suíça, Estónia, Argentina, Bulgária, Alemanha e, pela primeira vez, da Índia.
Com a mostra, o município pretende valorizar a mulher rendilheira e a sua arte, permitir a partilha de experiências entre artesãs dedicadas a este saber-fazer e apresentar novas tendências e aplicações da renda de bilros.
O programa engloba uma passagem de modelos, com 60 vestidos com aplicações de rendas de bilros, no sábado e no domingo.
Durante os quatro dias, 23 rendilheiras vão estar a trabalhar ao vivo e vão ter trabalhos expostos de um concurso de rendas promovido pela Câmara.
O programa é complementado com animação de grupos de dança e de música tradicional.